Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo dividem-se quanto às vantagens da criação da empresa Águas da Região de Aveiro que ontem foi oficialmente apresentada.

Para Flor Agostinho, do PSD, a empresa será uma oportunidade para os municípios aderentes completarem a rede de cobertura de saneamento básico e, também , uma forma mais acessível de aceder às verbas dos fundos comunitários: “Todos os municípios têm algumas dificuldades e ainda não têm completas as suas redes de águas e saneamento. Cada município foi construindo ao longo dos anos, consoante as suas possibilidades financeiras, aquilo que foi possível. Acho que esta concentração de municípios é uma boa oportunidade para conseguir cativar mais alguns financiamentos para concretizar o que falta”.

José Vaz diz que se a empresa ajudar à cobertura da rede de saneamento só por isso já valerá a pena. O vereador do PS afirma que acredita mais na nova empresa do que no próprio Executivo Municipal de Ílhavo: “Deixei de acreditar nas promessas do executivo relativamente ao saneamento. Ainda hoje estamos com muito atraso e se esta nova empresa resolver esse problema, já valerá a pena. Acredito mais na AdRA do que no Executivo Municipal”.

Francisco Rocha mostra-se apreensivo com as verbas que a AdRA vai disponibilizar para os municípios já que, na opinião do CDS, serão os munícipes a pagá-las um dia mais tarde: “As pessoas não esperem que os serviços de água e saneamento não vão ser pagos. Estes milhões que o município vai receber em contra-partidas, alguém vai ter de os pagar”.

José Alberto Loureiro, deputado do PCP, critica a forma como a empresa foi criada já que a Águas de Portugal é detentora de 51% da sociedade: “Ílhavo está muito longe de atingir os graus de execução da rede de saneamento. No Alentejo também foi feito este acordo, mas os municípios detêm mais de 50% da sociedade. Aqui apenas detêm 49% o que não dá liberdade para fazer nada”.

O debate na última edição do programa Discurso Directo.

Diário de Aveiro