Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro dizem que o agravamento das contas da Câmara de Aveiro são sinal preocupante uma vez que não consegue travar o aumento do passivo e dentro de meses começa o pagamento do empréstimo de 58 milhões de euros. Marques Pereira, do PS, fala de um cenário caótico em que a coligação não consegue apostar em investimento produtivo capaz de gerar receita: “Perspectiva-se que a Câmara Municipal, seguramente, vai entrar em falência e essa preocupação, neste momento e na minha opinião, ainda é maior. Não vejo como é que a Câmara 'tem unhas' para inverter esta situação e começar a gerar receita que lhe permita amortizar 58 milhões de euros. Recordo só que a autarquia em receitas reais consegue em média, anualmente, obter 40 a 45 milhões de euros que basicamente estão logo comprometidos a 90% para pagar as despesas da Câmara”.
Ivar Corceiro, do Bloco de Esquerda, afirma-se preocupado e lembra que a autarquia sem sustentabilidade ainda há poucos meses deu isenção de taxas e impostos municipais a uma empresa que se instalou junto ao terminal Sul do Porto do Aveiro: “O equilíbrio financeiro que a Câmara tanto apregoa é totalmente mentira. O passivo aumenta e a taxa de execução orçamental continua baixa, ou seja, com pouco faz-se absolutamente nada”.
Manuel Coimbra, do PSD diz que as contas são preocupantes, mas merecem o benefício da dúvida pois preparam caminho para um desagravamento no futuro: “Toda a obra precisa de investimento. As coisas não aparecem com um estalar de dedos. Há compromissos que vêm do passado e que nós temos de honrar no futuro e no presente”.
O debate na última edição do programa Canal Central. Diário de Aveiro |