O presidente da Associação Náutica da Gafanha da Encarnação (ANGE) teme que dentro de alguns anos o clube tenha de parar de dar formação de vela. António Cirino lamenta a falta de espaço que tende a escassear cada vez mais, dado o crescente assoreamento da ria e a ocupação por parte dos produtores de ostras: "Há 10 ou 15 anos atrás, tal como o Clube de Vela da Costa Nova, tínhamos um campo de regatas em toda a largura da ria e, actualmente, está reduzido a 10 ou 20% desse campo. Além do assoreamento, temos os mariscadores com as ostras e um campo de regatas que não podemos utilizar porque é muito perigoso. Com o assoreamento que a ria tem tido ao longo dos anos e com a ocupação de certos lotes da ria pelos mariscadores, estamos muito limitados para dar formação na escola de vela. Andamos a pedir um pouco do canal a sul da Bruxa para podermos dar formação aos miúdos. Se isto continuar assim, dentro de alguns anos não temos espaço para formar ninguém e teremos de acabar com a vela o que é uma pena".
Os receios do presidente da ANGE.
António Cirino mostra, ainda, satisfação pela realização do II Seminário Náutico do Concelho de Ílhavo que se realiza, esta tarde, no Museu Marítimo. Diz que a iniciativa apenas peca por tardia e pelas poucas actividades que propõe: "Este fórum náutico faz todo o sentido já que somos um concelho tão ligado à água com o nosso mar e a nossa ria. Já devia era existir há mais tempo. O fórum tem a mais valia de fazer com que os clubes náuticos e as associações trabalhem mais em prol do desporto náutico. Foi uma boa aposta e só é pena não desenvolver mais actividades".
António Cirino, presidente da Associação Náutica da Gafanha da Encarnação, em declarações ao programa “Expresso da Manhã”. Diário de Aveiro |