Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro dizem que as recentes informações sobre a possível utilização da ligação ferroviária ao porto de Aveiro para transporte de passageiros carecem de estudo e informação técnica. Bloco de Esquerda e PCP dizem que o assunto não pode ser tratado sem obedecer a uma estratégia ao nível dos transportes. António Salavessa, do PCP, espera que o Estado responda em Aveiro como responde em Lisboa e Porto subsidiando transportes públicos. E sugere que se comece com a modernização da linha do Vouga. “Pode ser o metro de superfície a ligar freguesias do concelho e passa pelo estudo de crescimento desse metro tendo como embrião a Linha do Vouga. É impossível prever quais os fluxos gerados por um sistema de transportes decente que sirva com regularidade. Se desenhar uma rede e apesar de naquele sítio não haver muita gente concentrada a rede, em si, é uma centralidade”, explica Salavessa.
Virgínia Matos, do Bloco de Esquerda, concorda que é necessário melhorar os acessos à capital de distrito. Diz que a Move Aveiro é o exemplo do que não deve ser um serviço de transportes e isso afasta os cidadãos do transporte público. “Um rede serve os cidadãos. Não é para ter lucro ou retorno. Já experimentaram andar na rede de transportes públicos nesta cidade? Trabalho em Santa Joana, a dois minutos do centro, e é lastimável o que se passa com os transportes públicos. A Move Aveiro está aquém do que é servir os cidadãos desta cidade. Os autocarros não chegam e qualquer dia deixam de circular”, adianta a representante do BE.
Manuel Prior, PSD, acredita que o investimento na ligação ferroviária ao porto de Aveiro pode abrir caminho a novas ligações. E lembra que o caso chegou a ser questionado pela própria Assembleia Municipal de Aveiro. “A mesa junto do Porto de Aveiro e da REFER tentou saber se adaptação logo no início a transporte misto. Se tinha sido feito esse estudo ou não. O que disseram é que não tinha sido pensado essa possibilidade mas que não seria difícil a adaptação porque o transporte de mercadorias não seria feito durante muitas horas do dia. Não se pensou nesta possibilidade mas depois achou que não seria difícil”, sublinha Manuel Prior no debate sobre transportes no programa “Canal Central”. Diário de Aveiro |