O PS é contra a possibilidade de construção de um resort na Costa Nova na linha do que foi anunciado pelos promotores imobiliários do Costa Nova resort na revista da Câmara de Comércio Luso/Espanhol. José Vaz comentou este cenário depois de ler o artigo em que os promotores dizem esperar a alteração do PDM para poder tomar decisões. Para o líder da concelhia socialista, a localização não aconselha um projecto de grande dimensão: “Este tipo de projectos não têm tido sucesso no nosso concelho. Acho que uma situação destas, para além do PDM, tem a ver com o Plano de Ordenamento da Orla Costeira, e não acredito que seja autorizado, e tem a ver, também, com os custos que pode representar para o país depois de construído. Não vejo como é que um resort daquela natureza pode ser construído naquela zona”.
José Vaz lembra que o empreendimento Costa de Sal, na Vagueira, também tem enfrentado dificuldades para garantir aprovação.
Mário Júlio ramos, do PSD, diz que é preciso confiar nas entidades responsáveis pelos licenciamentos e lamenta que o PS critique este projecto depois de ter criticado a Câmara de Ílhavo por deixar “fugir” o Costa de Sal para Vagos: “É preciso ter confiança nas autoridades e, ao mesmo tempo, interesse em que hajam investidores e logo num tempo como este em que o dinheiro é tão escasso. Foram aqui lembrados projectos que, neste momento, estão suspensos, como a Quinta da Boavista, por exemplo. Esses projectos estão suspensos porque para se fazerem as coisas, tem de haver dinheiro e sabemos o corte que a Banca fez às empresas de todos os sectores”. Mário Júlio acrescenta, ainda, que “afinal, na opinião do PS, este projecto é mau e aquele que se projecta para a mata nacional não está cá, mas devia estar e a culpa foi da Câmara Municipal o deixou fugir. À falta de argumentos o melhor é não insultar o parceiro”.
A crítica de Mário Júlio que lembra a aprovação de um projecto empresarial em Mira em localização idêntica.
José Alberto Loureiro, do PCP, assume a surpresa pela iniciativa dos promotores espanhóis numa zona tão afectada pelos avanços do mar: “Esquecem-se que este projecto vai ser encravado na Rede Natura, onde é impossível mexer. Tenho ouvido dizer, tanto Ministros como Secretários de Estado, que ali não. Aliás, há uma Ministra que disse há pouco tempo que ficava mais barato colocar a Vagueira abaixo, e todas as casas, do que a estar a proteger”.
Francisco Rocha, do PP, considera que não há sustentabilidade para este projecto e ironiza com as propostas de alcance social previstas no projecto: “Achei graça que uma das contrapartidas económicas e sociais que os promotores pretendem é a construção de habitação social com 33 moradias. Quer dizer, em 28 hectares vai-se construir um hotel cinco estrelas e depois, como contrapartida, serão construídas 33 moradias de habitação social. Isto é realmente ridículo”.
O debate na última edição do programa “Discurso Directo”. Diário de Aveiro |