O futuro da Praça Melo Freitas e a ponte pedonal prevista para a zona do Rossio foram temas de debate organizado pelo movimento de cidadãos Amigos d'Avenida. Iniciativa vista como positiva pelos partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro que realçam a importância destes movimentos na discussão sobre os projectos previstos para a cidade.
António Salavessa, do PCP, considera fundamentais os movimentos de cidadãos e chega mesmo a dizer que deveriam existir mais. Quanto à discussão promovida pelos Amigos d'Avenida sobre a Praça Melo Feitas e a ponte pedonal, o deputado do PCP concorda com a necessidade de se definir uma estratégia para a praça, mas quanto à ponte diz ter dúvidas, muito por causa do investimento previsto.
“Por um lado, não me parece que a necessidade esteja comprovada. Por outro lado, a solução implementada poupa 200 metros de caminho e acho que o investimento previsto não justifica. Começa cada vez mais a pesar e a câmara tem de olhar para tudo isto e pensar que não pode gastar tanto. Mesmo sendo financiado, há sempre uma parte que tem de ser paga pela autarquia. Parece-me que era mais importante fazer uma ligação entre o Parque Infante D. Pedro e a Baixa de Santo António, do que esta ponte pedonal”, defendeu António Salavessa.
Também Joana Dias, do Bloco de Esquerda, questiona a necessidade da ponte. Considera que 200 metros não são justificação suficiente para se construir um novo atravessamento entre o Rossio e o Alboi. Um investimento avultado e que poderá ter impactos visuais negativos na zona.
“A maioria das pessoas questionou a necessidade da ponte e a sua localização e o impacto visual. No entanto, há quem não veja com maus olhos a existência da ponte, desde que mais próxima da zona do Rossio e não tanto mais para baixo, junto à Oito Graus. No entanto, é preciso ter em conta que o investimento é avultado e ver-se se há, de facto, necessidade de se ter ali mais uma ponte”, disse.
Paulo Anes, arquitecto e deputado do PSD, lembra que a intervenção destes movimentos cívicos é importante, mas deve ser feita atempadamente, isto é, no início dos processos e não quando os projectos já estão aprovados e as obras em fase de adjudicação.
“Estas intervenções têm de ser feitas antes dos procedimentos estarem já numa fase terminal. Houve oportunidade, pois estes assuntos foram discutidos no tempo devido. É muito mais fácil vir criticar à postriori, não sendo, no entanto, este o objectivo dos Amigos d'Avenida. Mas é preciso estar mais atento e discutir na hora certa”, afirmou Paulo Anes.
A posição dos partidos com assento na assembleia municipal de Aveiro, na última edição do programa Canal Central. Diário de Aveiro |