O Movimento de Cidadãos para o Desenvolvimento Sustentado do Vale do Vouga admite pedir compensações pela construção da barragem de Ribeiradio-Ermida (Concelhos de Sever do Vouga e Oliveira de Frades). O projecto está na origem deste movimento preocupado com os impactos. A primeira tertúlia realizada no final da semana passada reforçou a importância de estudar os efeitos da nova estrutura. Em declarações ao programa “Expresso da Manhã”, Luís Sardão disse que as praias fluviais e algumas espécies poderão estar ameaçadas.
“Para além de todo o património natural, há ainda as praias fluviais que vão deixar de existir. A nova construção, como prometem, não poderão ser junto da barragem. Gostaríamos de ver melhor explorado, através do PDM das Câmaras, para ver o que irá ser feito nessas zonas”, afirmou Luís Sardão.
Mas há também todo o habitat natural que será prejudicado, alerta o Movimento. “O que nos preocupa é o que vamos perder, e é muito. O empreendimento vai favorecer mais as populações a jusante. Temos um rio selvagem que iremos perder, tal como todas as espécies que ali se encontram”, acrescentou.
O Movimento de Cidadãos para o Desenvolvimento Sustentado do Vale do Vouga diz que já endereçou convites às autarquias locais e vai fazer o mesmo com os promotores da barragem. Nesse momento espera já ter definidas as compensações que considere devidas às populações locais mas adianta que uma população envelhecida precisa de ser cuidada.
“Essa compensação deve ser feita para já atendendo à faixa etária das pessoas que vivem nesta zona. É uma região interior com muitas pessoas de idade. Há falta de condições para infraestruturas que poderiam ajudar estas pessoas”, disse Luís Sardão, anunciando novas tertúlias no final de Fevereiro ou início de Março. Diário de Aveiro |