DIRECTOR ARTÍSTICO QUER UM AVEIRENSE DE AFIRMAÇÃO REGIONAL E NACIONAL.

O novo director artístico do Teatro Aveirense vai apostar numa política de mudança, mas sem rupturas com todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos, pelas diferentes equipas que estiveram à frente dos destinos do teatro. Pedro Jordão diz que irá pautar o seu trabalho pelo rigor e pela qualidade e a aposta será fazer do Aveirense uma referência a nível regional e nacional.

“É óbvio que vai haver uma mudança muito grande e a vários níveis, mas sem ruptura. Isto seria previsível, uma vez que a directora que eu venho suceder, foi exactamente a pessoal que apostou na minha vinda para o Teatro. Há desde início um reconhecimento mútuo de que este era o momento para implementar algumas mudanças, quer ao nível de programação, quer ao nível da comunicação e da forma como o Teatro Aveirense está implementado na região e no País. Temos uma ambição regional, mas também nacional e penso que isso é algo que começará a ser visível cada vez mais”, disse Pedro Jordão.

O director artístico do Aveirense reconhece, também, que o desafio é grande, sobretudo ao nível da conquista e fidelização de novos públicos. A aposta em espectáculos de qualidade que chamem espectadores ao teatro será uma das marcas desta direcção. Pedro Jordão diz que é preciso “dar às pessoas o que elas querem ver, mas também dar-lhes a conhecer espectáculos que, à partida irão gostar”.

“Foi definido desde o primeiro dia, aquela que vai ser a estrutura base da programação anual. Este primeiro ano, e apesar de acreditar que a programação terá já grande qualidade e coerência, sei que 2010 não será ainda o ano em que o teatro será aquilo que pode ser. Em 2011 vamos chegar ainda mais longe, com uma gestão mais integrada e mais inovadora. A influência regional do Aveirense será uma realidade mais evidente no próximo ano. Ao nível da programação vamos lutar pela qualidade, mas com uma grande diversidade, incluindo um trabalho próximo com a comunidade”, acrescentou o director artístico.

Pedro Jordão admite os constrangimentos financeiros que se irá deparar neste ano, mas ainda assim, mostra-se confiante no desenvolvimento de um bom trabalho. Há cortes que precisam de ser feitos e, por exemplo, ao nível da comunicação já foi feito. Ainda assim, o Teatro Aveirense apresenta uma nova imagem, uma nova agenda que passa a ser mensal e um site “mais amigo do utilizador”.

Maria da Luz Nolasco, antiga directora do Teatro e agora vereadora da Cultura, reconhece, também, que foi feito um corte no orçamento previsto no contrato-programa com a Câmara de Aveiro. Uma redução na ordem dos 50% que vai obrigar a uma maior criatividade, apelando, ainda, ao envolvimento do tecido empresarial.

“Há um orçamento que foi encurtado pelo próprio executivo, e foi feito de forma consciente. Tivemos de reduzir o contrato-programa e isso é também um teste ao nosso engenho. Tentaremos envolver mais o tecido empresarial da região e pessoas que queiram ter um papel mais activo”, disse Maria da Luz Nolasco.

De referir ainda que em 2009 o Teatro Aveirense apresentou um défice de quase 80 mil euros, um valor que a vereadora da cultura gostaria de ver reduzido para metade já em 2010.


Diário de Aveiro



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