A Assembleia Municipal de Aveiro rejeitou a proposta do Bloco de Esquerda que recomendava a saída do município da empresa Águas da Região de Aveiro. Todos os partidos consideraram que o timming não é o ideal, uma vez que a proposta já foi aprovada há mais de três meses.
Manuel António Coimbra, do PSD, fez ainda críticas à proposta que considera conter “erros grosseiros”. “Todos mostramos a nossa estranheza que um assunto que mereceu deliberação venha com os mesmos argumentos, não se tendo alterado absolutamente nada”, adianta o porta-voz da bancada do PSD.
Também o PS considerou despropositada a altura para apresentar esta proposta. Marques Pereira diz que o PS já defendeu a sua posição nesta matéria. “As deliberações nos órgãos municipais têm um tempo e um modo. Aceitámos a deliberação que foi tomada na CM e na AM”, justifica Marques Pereira.
Também o CDS-PP, pela voz de Paulo Marques, disse que o assunto já foi tratado. “Foi esmiuçado como se costuma dizer e teve a sua oportunidade política”.
António Salavessa, do PCP, apesar de não concordar com o modelo criado para a gestão das redes de água e saneamento, e de ter votado a favor da proposta bloquista, considerou, também, que este não era o tempo para se debater esta matéria. “Pessoalmente não a tomaria nesta altura isto porque o assunto foi deliberação recente e quem a tomou foi referendado em eleições autárquicas”, justifica Salavessa.
Ivar Corceiro, do Bloco de Esquerda, defendeu-se das críticas dizendo que, para o Bloco, qualquer altura é apropriada para defender a água como um bem que é de todos. “Relativamente à oportunidade criticada da proposta tem a ver com, pelos vistos, a água, como recurso natural, ser mais importante para o BE do que para os outros partidos”, respondeu Ivar Corceiro que lembrou os custos de uma saída mais tardia.
A proposta do Bloco de Esquerda foi chumbada pelo PSD, CDS e PS. Apenas o PCP votou favoravelmente. Diário de Aveiro |