O arquitecto aveirense, Pompílio Souto, membro da Plataforma Cidades mostra-se preocupado com o facto da estação do TGV prevista para a região de Aveiro ficar localizada “no meio de nada”, longe dos centros urbanos. Considera que se deveria aproveitar a oportunidade e colocar a estação num local central, pois duvida que seja possível, no futuro, criar uma centralidade naquela zona, junto ao nó da auto-estrada.
“Uma estação do TGV no meio de coisa nenhuma é algo que não é muito comum. É indispensável que uma estação tenha folga de espaço na envolvente, mas é uma unidade central, não é um equipamento de espaço periférico. A estação não ficará, sequer junto a Albergaria-a-Velha, ficará mais próxima do nó da auto-estrada. Ou seja, não é uma estação de espaço central, mas sim rural e florestal. E eu tenho sérias dúvidas sobre o voluntarismo para se criar centralidade junto a equipamentos bastante onerosos colocados perto de coisa nenhuma”, afirmou Pompílio Souto.
O arquitecto não se mostra contra o projecto do TGV. Considera importante para o País, do ponto de vista do desenvolvimento económico. No que toca à ligação Aveiro-Salamanca, espera que este eixo ferroviário “faça sentido”. “Oxalá que faça todo o sentido ter um eixo ferroviário Aveiro-Salamanca. Oxalá que a localização da estação do caminho-de-ferro de Aveiro no eixo principal do TGV não seja prejudicial aos interesses da cidade que é cabeça da região. Aquilo que for mau para Aveiro, será mau para a região, já que Aveiro é a referência de uma região de grande importância”, alertou o arquitecto Pompílio Souto, na edição de hoje do programa Expresso da Manhã. Diário de Aveiro |