Neste novo mandato da coligação PSD-CDS/PP, a dívida da Câmara de Aveiro não deverá servir de argumento para a não realização de obras. É pelo menos esta a opinião de alguns dos partidos com assento na Assembleia Municipal. Rui Maio, do Bloco de Esquerda, considera, e numa altura em que a dívida de curto prazo está regularizada, que este é o tempo de refazer obras. Dá como exemplo a aposta na recuperação urbanística, uma forma de atrair as pessoas para morarem no centro da cidade: “Para o BE, este é um período em que é mais importante refazer a obra que já está feita. Assistimos a problemas de urbanismo, por exemplo, onde há a uma fuga das pessoas do centro da cidade para as periferias porque, geralmente, as habitações são mais baratas. Ao recuperar o centro da cidade e as casas que estão abandonadas, estamos a refazer uma obra que já está construída”.
Filipe Guerra, do PCP, reconhece que a dívida foi, de facto, o argumento no anterior mandato e critica o facto da maioria não ter cumprido parte do programa eleitoral. Quanto a estes quatro anos que o executivo de Élio Maia tem pela frente, entende que há melhores condições de trabalho, mas é preciso dar tempo ao tempo: “Quando a coligação tomou posse a primeira vez já sabia o valor da dívida. Candidatou-se e prometeu, mas já sabia ao que ia. A dívida não foi uma surpresa. A surpresa foi o não cumprimento das promessas eleitorais. O alargamento do acesso à A1, por exemplo, não é da competência da Câmara, mas constava do programa eleitoral. Parece-nos que este executivo está em melhores condições que o anterior para fazer um bom trabalho, mas o tempo o dirá”.
Do lado do PSD, Manuel António Coimbra, defende que nem só de obra física vivem os executivos. Há todo um trabalho de âmbito social que é preciso ter em conta. Considera, também, que as condições deste mandato são melhores para trabalhar e espera ver concretizado o projecto da pista de remo: “Há muitos tipos de obras. Há as obras estruturantes, mas há, também, um conjunto de obras de consolidação. Não sei se se vão fazer grandes obras, mas há algumas obras que gostaríamos muito que fossem feitas, como, por exemplo, a pista de remo que é muito mais que uma simples pista de remo. É toda uma zona de regularização dos terrenos das águas do Baixo-Vouga que irá permitir que haja captação de águas para a Portucel e bloquear a entrada de água salgada nos terrenos do Baixo Vouga”.
O debate na última edição do programa Canal Central. PS e CDS não estiveram presentes no programa.Diário de Aveiro |