Uma das surpresas das últimas eleições autárquicas no entender da maioria dos partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo foi a eleição de um elemento do movimento Por Uma Gafanha Activa (PUGA) para a Assembleia de Freguesia da Gafanha da Nazaré. José Alberto Loureiro, do PCP, diz que se sentiu surpreendido e triste por o PCP ter perdido o eleito na Assembleia de Freguesia e associou o movimento ao PP que não apresentou candidatura na Gafanha da Nazaré. “Isto leva-me a andar triste porque depois de 40 anos de luta fomos esmagados pelo PUGA”, disse o representante do PCP no programa “Discurso Directo”.
José Vaz, do PS, felicita o aparecimento de um movimento de cidadãos. No entanto, considera que pode, também, ser um sinal preocupante. Reflecte o distanciamento das pessoas em relação aos partidos políticos. “Há uma simpatia natural por aqueles que não são políticos e uma antipatia natural pelos que são políticos”, sublinha José Vaz.
Paulo Costa, do PSD, entende que o aparecimento do PUGA foi algo positivo. Mas alerta para o facto deste tipo de movimentos de cidadãos poderem vir a ser confundidos com aquilo a que chama de “movimentos de cidadãos que os partidos não querem”. “Para os partidos é mais confortável estarmos sozinhos nestes processos”, adianta o presidente da concelhia Social Democrata.
Francisco Rocha, do CDS-PP, defende que o aparecimento de um movimento de cidadãos como o PUGA é o reflexo da democracia e do “divórcio” dos cidadãos da política. “A Democracia não se esgota nos partidos. É bom que apareçam e é de todo positivo”, sublinha Francisco Rocha em debate na última edição do programa Discurso Directo.Diário de Aveiro |