O polémico processo da venda do terreno das piscinas do Beira-Mar, envolvendo o clube, a Câmara de Aveiro e uma empresa imobiliária, já resultou na constituição de um arguido. Ontem, a Polícia Judiciária (PJ) revelou em comunicado que o seu Departamento de Investigação Criminal de Aveiro identificou e notificou para se apresentar às autoridades judiciárias, para aplicação de medidas de coação, um homem pela presumível autoria do crime de burla qualificada.
Fonte da PJ confirmou ao Diário de Aveiro que o caso está relacionado com o negócio daquele terreno junto a Santiago, realizado em 2009, data em que Beira-Mar e edilidade eram lideradas por Mano Nunes e Élio Maia, respectivamente.
A PJ não revela a identidade do arguido. Diz apenas que, na sequência da celebração de um contrato de aquisição de compra e venda de um terreno em Aveiro, o indivíduo terá recorrido a um “artifício fraudulento” para se “apropriar ilicitamente de cerca de um milhão de euros, correspondente ao preço do mencionado terreno”.
Ao longo dos últimos meses, várias personalidades têm sido ouvidas pela PJ - por exemplo Artur Filipe, antigo presidente do Beira-Mar, foi chamado por três vezes para prestar depoimentos.
O estádio municipal, onde o Beira-Mar tem a sua sede, também foi visitado por inspectores, que recolheram documentos relativos à contabilidade do clube.
Contactado ontem pelo Diário de Aveiro, Mano Nunes garantiu desconhecer a existência de quaisquer desenvolvimentos na investigação judicial. António Regala, actual presidente do Beira-Mar, disse esperar que o processo “se esclareça o mais depressa possível”. Élio Maia esteve incontactável.
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