Aproveitar terrenos agrícolas abandonados e criar grupos de idosos e de desempregados para os trabalhar, encontrando dessa forma uma alternativa para a sua subsistência: esta é a filosofia do projecto HELP, que uma equipa de alunos da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) se encontra actualmente a desenvolver.
H de horta, E de educativa, L de lúdica e P de produtiva - é este o significado do acrónimo HELP, criado por Bruno Portelada, Elisabete Marques e Guilherme Oliveira, estudantes do primeiro ano do mestrado em Gerontologia.
O projecto está a dar os primeiros passos mas já foi reconhecido com uma menção honrosa no concurso PIR Académico - Innovation in Retirement Award, promovido pelas seguradoras Fidelidade Mundial e Império Bonança e com um total de 24 projectos finalistas - a apresentação pública decorreu em Lisboa, na Fundação Champalimaud.
A ideia de desenvolver um projecto dirigido especialmente à população sénior nasceu durante a frequência da Unidade Curricular de Programas de Promoção do Envelhecimento Produtivo.
O HELP consiste em promover uma agricultura de proximidade que garanta a sustentabilidade da economia caseira e familiar. Para isso, o projecto tenciona utilizar os conhecimentos da população mais velha e a mão-de-obra de pessoas desempregadas ou com dificuldades financeiras. “Os produtos da actividade agrícola seriam para consumo dos idosos e dos desempregados que trabalham nesses terrenos agrícolas”, explicam ao Diário de Aveiro os autores da iniciativa.
Registo
da patente
“Este é um projecto de proximidade, isto é, realizado a nível local. Cada zona poderia ter um micro-projecto que, ao replicar-se em mais zonas do país, permitiria criar uma rede”, acrescentam.
Associado ao projecto poderiam desenvolver-se outras actividades, como a criação de hortas nas escolas, por exemplo. De resto, o HELP tem uma vertente pedagógica que consiste em transmitir aos mais novos a necessidade de estes valorizarem a agricultura e o espaço agrícola e, ao mesmo tempo, em promover hábitos de uma alimentação saudável.
“O que começou como uma ideia meramente académica, depressa se transformou num projecto quando surgiu a oportunidade de concorrer ao PIR Académico”, um concurso que incentiva o sistema universitário português a contribuir com soluções para a reforma dos portugueses.
Neste momento, Bruno Portelada, Elisabete Marques e Guilherme Oliveira encontram-se a registar a patente do projecto, que foi supervisionado pelos professores da Universidade de Aveiro Maria Piedade Brandão, da ESSUA, e José Carlos Mota, do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território.
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