“Vamos provar que ele não tem nada a ver com os crimes de Lisboa e isso é um grande passo para provar que ele não tem nada a ver também com este homicídio de Aveiro”, disse ao Diário de Aveiro a advogada de José Pedro Guedes, Poliana Pinto Ribeiro, referindo-se ao julgamento, que continuará esta semana – mais concretamente amanhã e quinta-feira -, em Aveiro.
José Barra da Costa fez um estudo sobre o “Estripador de Lisboa”, integrado a sua tese de doutoramento, intitulada “O Perfil em Homicídios Múltiplos: O Caso do Estripador de Lisboa”, que foi defendida em Julho, na Universidade de Aveiro. José Maria Barra da Costa foi inspector-chefe da PJ de Lisboa e é também especialista em, terrorismo, integrando na década de 1980 uma célula infiltrada na organização de extrema-esquerda “Forças Populares 25 de Abril” (FP-25).
Na tese, que dará origem a um livro, “Perfis Psico-Criminais, do Estripador de Lisboa ao Profiler”, Barra da Costa cruza os contributos da psicologia com a reconstituição dos factos, encontrando evidências que o levam a classificar o autor dos três crimes de sangue em Lisboa como sendo “um sujeito psicopata e com traços esquizóides”.
Barra da Costa afirma não ter dúvidas de que o “Estripador de Lisboa” afinal “não tem nada a ver com José Guedes”, que se assumiu como o autor dos três homicídios, há 20 anos, na zona de Lisboa.
“Chamar-lhe-ia mais um indivíduo narcísico, que quer ter a auto-estima alta e diz que matou as prostitutas para ser conhecido”, explica aquele perito. “Isto é diferente de um psicopata, que mata as pessoas e que nega a autoria dos crimes”, acrescentou Barra da Costa, com uma longa experiência na Polícia Judiciária.
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