Ontem foi satisfeita a curiosidade de muitos devotos de São Gonçalinho e coleccionadores de arte. Foi, finalmente, revelada a litografia dedicada ao Santo Padroeiro do bairro da beira-mar, criada pelo pintor Paulo Tanoeiro, de Angeja, e a reacção não podia ter sido melhor. Não houve ninguém no Bar Bombordo, onde se realizou a apresentação da peça, que tenha ficado indiferente à obra do jovem artista, “muito diferente do que tem sido habitual, mas muito bonita”, ouvia-se na sala.
De acordo com o artista, que fez uma explicação do processo criativo do trabalho, trata-se de um desenho a preto e branco, “uma técnica antiga, num estilo mais colado à Idade Média”. E foi baseado numa estrutura triangular, com a velha, o velho e o Santo nos vértices, que todo o desenho foi construído. A inspiração veio da festa que, todos os anos, em Janeiro, se vive em torno da Capela quando as cavacas são atiradas do alto e o povo se junta no Largo e de tudo faz para apanhar um dos doces abençoados.
Desenho a preto e branco
Neste desenho a preto e branco destacam-se as cavalas a voarem, douradas e certeiras, “porque se trata de um alimento abençoado e raro, por isso… dourado como se de ouro se tratasse”, explicou o artista convidado este ano pela Mordomia. Outra nota de cor surge na cúpula da capela, com ladrilhos azuis, e a “dar vida ao desenho”.
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