O navegador e investigador Abreu Freire, que viajou nas rotas do Padre António Vieira, admite que a mensagem do jesuíta continua válida 400 anos depois. O professor universitário da Murtosa fala, em entrevista à Terra Nova, de um país que enferma dos mesmos problemas do século XVII em que a corrupção era dos sinais mais preocupantes. "Ao nível da Governação, ele já denunciava a corrupção, os privilégios, o facto do povo ter de pagar todos os erros cometidos ao mais alto nível, tudo isso é de uma tremenda actualidade", sublinhando que "o povo português não mudou, o melhor dos portugueses está fora de Portugal, o espírito inovador do português que nos levou a criar civilizações, a descobrir mundos, a descobrir uma nova configuração do mundo, a criar a primeira globalização, esse espírito não se encontra mais no território nacional, está na Diáspora portuguesa que é resultado da acção de emigrantes que saíram daqui pobres, contribuíram para a riqueza dos outros, o português tem pouca terra para nascer e tem o mundo inteiro para crescer e morrer". Abreu Freire deu uma entrevista no programa “Conversas” falou, ainda, sobre a capacidade dos emigrantes para assumirem o risco e a capacidade dos portugueses se libertarem de amarras. A entrevista pode ser ouvida hoje depois das 19h00 na Rádio Terra Nova. Diário de Aveiro |