O parecer sobre a reforma do mapa autárquico foi aprovado na Assembleia de Ílhavo, por maioria, com 21 votos favoráveis e os votos contra dos deputados municipais Pedro Martins (PS), José Alberto Loureiro (PCP) e António Pinho (CDS). Em causa os limites das Freguesias numa questão que motivou alguma contestação popular na Gafanha da Nazaré.
Pedro Martins chega mesmo a dizer que foi cometido um erro histórico recusando associar-se à deliberação. “Desconheço porque não foi apresentado um estudo que reflita esse trabalho de busca sobre a finidade dos cidadãos. Houve algum inquérito na Sra. dos Campos, mesmo admitindo que a população queira ficar do lado de São Salvador? A CMI refere como pressuposto as condicionantes pelas obras construídas pelo homem. A Gafanha da Nazaré foi a freguesia que mais obra desenvolveu na Sra. dos Campos. Por razões de ordem geográfica, se alguma freguesia investiu ali foi a Gafanha da Nazaré. Se teve em conta o campo desportivo porque não teve em conta o centro comunitário Mãe do Redontor?”, questionava o deputado.
Para Pedro Martins, na Assembleia de Freguesia da Gafanha os deputados não terão sido inteiramente livres no exercício de voto. “Só na AF é que não houve unanimidade. Não faz pensar? E quase por um triz que a proposta era chumbada. Sinto que as pessoas não foram inteiramente livres na decisão do seu voto. Tenho direito de pensar isso. Lamento que os limites tenham sido apresentados como conquista da Junta. A conquista é do povo. A Junta não fez conquista nenhuma”.
Manuel Serra, autarca na Gafanha e Deputado municipal, defendeu a definição exata dos limites de freguesia no Concelho. Diz que houve rigor e acordo generalizado entre todos os autarcas consultados pela Câmara de Ílhavo. “Era urgente e importante chegar a uma situação dos limites que contemplasse os principais dados históricos como sejam na Barra, Schonstatt,Grupo Desportivo da Gafanha e Rua do Santuário. Todos os documentos foram analisados e foi ponto de honra que os limites fossem acordados entre todos para que viessem ao de cima. Sei que não são os limites que todos desejamos mas foram os possíveis e penso que são os limites que voltarão a dar a área que a Gafanha sempre teve e deixou de ter, indevidamente”.
Ribau Esteves defendeu a proposta votada contestando a polémica que se instalou em algumas franjas da comunidade da Gafanha da Nazaré. “Acho que a maior parte das pessoas não acha coisa nenhuma. Para a maioria dos cidadãos isto não é um problema e não será problema. Emails contra isto recebi um. Perspetivas negativas conheço algumas, aplausos conheço alguns mas isto não é um problema. Mesmo a proposta apresentada pelo Júlio Cirino, autarca socialista, em comparação com a nossa acrescenta 1,12 kms quadrados. São mais 6,8% em relação à nossa proposta. Em termos financeiros tem um acrescento entre os 3 mil e os 5 mil euros”. Diário de Aveiro |