O Reitor da Universidade de Aveiro aproveitou a abertura do ano letivo para alertar para efeitos imprevisíveis nos cortes de financiamento às universidades. “O acentuadamente menor financiamento da investigação em humanidades e ciências sociais é um caminho perigoso que pode levar ao desaparecimento do efeito escola em áreas importantes, e que ao mesmo tempo, não percebendo a fertilidades dos cruzamentos interdisciplinares, pode estar a inibir a descoberta de soluções determinantes de uma melhor evolução da economia e sociedade”.
Os constrangimentos financeiros causados pelos cortes orçamentais mereceram referência. Segundo Manuel Assunção, essa política criou “enormes restrições no uso de receitas próprias devidamente orçamentadas”, demonstrando “grande desconhecimento” da forma como as universidades funcionam, designadamente ao nível de projetos de investigação.
Segundo o reitor da UA, um esclarecimento do despacho, chegado há três dias, informa que o mesmo, afinal, não se aplicaria às instituições do ensino superior. “Ultrapassar o constrangimento a posteriori não anula a perturbação criada”, lamentou Manuel Assunção.
Quanto aos anúncios sobre alterações ao quadro legal do ensino superior Manuel Assunção considera que são “extemporâneos, uma vez que não foram avançadas quaisquer razões que a justifiquem; é imprescindível haver estabilidade na governança das instituições”.
No dia do inicio do ano lectivo, o reitor anunciou a criação do Instituto de Nanotecnologia de Aveiro. Com direção a cargo do vice-reitor José Fernando Mendes, a iniciativa não põe em causa, “antes a pretende reforçar”, a presença em redes nacionais e internacionais e, em particular, a parceria com as Universidades do Minho e Nova de Lisboa. Diário de Aveiro |