MOVEAVEIRO: VALOR DA CONCESSÃO FLUVIAL AINDA POR DEFINIR CAUSA RECEIOS À OPOSIÇÃO.

O Presidente da Câmara não avançou com qualquer estimativa da receita a angariar com a concessão a lançar. “Ainda não é tempo de definir valores”, alegou Élio Maia ao falar na Assembleia Municipal (AM) reunida quarta-feira em sessão extraordinária, adiantando, apenas, que será colocado “um tecto” para receber propostas.

A exploração das travessias, que se pretende entregar a privados, gera atualmente cerca de 45 mil euros de prejuízos, todos os meses (mais de meio milhão de euros ano), aos cofres municipais.

Raul Martins, vogal do PS, aludiu mesmo à possibilidade da autarquia ficar nas mãos com uma concessão “negativa”, atendendo ao défice dos serviços.

O bloquista Ivar Corceiro não vê, desde já, “nenhuma contrapartida favorável”, pelo contrário, perspectiva que a Câmara, sem fixar um valor mínimo, corra “sérios riscos de perder dinheiro logo à partida” para o privado tirar rentabilidade dos percursos.

Apesar de aplaudir as garantias de manutenção do serviço e do tarifário como acontece actualmente, António Salavessa colocou reticências na entrega dos transportes “a casco nu”, expressão que o vogal comunista traduziu por livre de ónus, estando em crer tratar-se de “um aluguer sem tripulação”. Exigiu, por isso, a retirada da proposta de forma a fazer a correcção.

“A Câmara nunca despediu trabalhadores”, respondeu o Vice-Presidente Carlos Santos. Os transportes empregam 14 funcionários mais um encarregado. “Estamos atentos”, garantiu, sem adiantar mais.

O Presidente da Junta de Freguesia de São Jacinto, Rui Vaz, considerou "positivo" o programa base da concessão.

A unidade de negócios Moveria transportou em 2011 cerca de 231 mil pessoas e 30 mil viaturas. A Câmara confirmou a aquisição de um segundo ferry, por 951 mil euros, em 59 prestações ainda por começar a pagar.

Fonte: NA


Diário de Aveiro


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