A proposta da autarquia ilhavense, de aplicação de novos limites à Freguesia da Gafanha da Nazaré, foi aprovada na última noite, na Assembleia de Freguesia realizada no salão nobre da Junta de Freguesia. Em causa e alvo de alguma polémica junto de uma "franja" da população local, estavam áreas de terreno na Senhora dos Campos e na zona mais próxima da Gafanha de Aquém. O salão nobre da Junta encheu-se de populares. A "mesa" da Assembleia de Freguesia sentiu algumas dificuldades para manter a calma e fazer cumprir a ordem de trabalhos. A votação da proposta foi secreta, a pedido dos representantes da Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré (ADIG). Registaram-se, na contagem final, seis votos favoráveis à proposta da autarquia, cinco contra e duas abstenções. A proposta “passou”, mas a decisão que saiu da Assembleia não é vinculativa, sendo um assunto a abordar definitivamente na Assembleia Municipal de hoje à noite. João Alberto Roque da ADIG, disse à reportagem Terra Nova, no final da sessão, que "demos a cara pelo não porque a proposta deixa de fora dos limites da Gafanha da Nazaré, áreas importantes da nossa história e vivência social, o centro da Colónia Agrícola foi até 1956 da Gafanha e desde essa data não houve nenhum acto formal que desvinculasse essa parte do nosso território da Freguesia, agora, gostava que as pessoas tivessem alguma sensibilidade para esta matéria e depois, foram obedientes em termos partidários, perdemos por um voto", lamentou. Manuel Serra, Presidente da Junta, disse que "cumpriu-se a lei sendo preferível que se resolva o problema de uma vez por todas, é bom ficarmos a conhecer os limites, estou convencido que é um bom trabalho, é um importante legado para o futuro", adiantando que estranhou o grande número de populares na sessão, "devem ter sido convocados pela ADIG", acrescentou. Diário de Aveiro |