A AM de Aveiro discutiu a cedência de percursos de autocarros ao grupo Transdev. Sabia-se que a esquerda estava contra. Mais inesperadas foram os reparos das bancadas do PSD e CDS. Desafiados pela oposição para anular a aprovação do memorando na Câmara, os deputados da coligação retraíram-se na hora de votar.
O memorando dos transportes, afinal, não era para ser votado pela AM extraordinária. Mas da próxima vez, o PCP, anunciou o vogal António Salavessa, vai forçar a votação de uma proposta de integração da MoveAveiro nos serviços municipalizados, antes que seja tarde.
“Se a MoveAveiro fosse integrada nos serviços era possível passar os trabalhadores porque são necessários ao cumprimento das funções”.
O bloquista Ivar Corceiro subscreveu e ficará atento para pedir responsabilidades a quem estiver contra. “Palavra para os deputados do PP aqui presentes: pelo poder que o partido já teve em Aveiro e não tem, neste aspeto estamos próximos. A marca dos transportes públicos é também uma marca vossa”.
A integração não desagrada ao CDS, embora o vogal Paulo Marques antecipe, ainda assim, sacrifícios. “Resta perceber se a lei permite a integração”.
O socialista Gonçalo Fonseca criticou a ausência de estudos de viabilidade, com exeção de um número que ficou claro. “Tomaram a decisão de entregar 680 mil euros à Transdev com os percursos menos deficitários. O presidente decidiu antecipar o Natal para a Transdev”.
Na bancada do PSD, Olinto Ravara foi a voz mais dissonante. Surpreendido e perplexo com o memorando, pediu um plano global para a MoveAveiro, incluindo das consequências da cedência de linhas, admitindo que não foi feito tudo para minimizar os prejuízos. Diário de Aveiro |