Prosseguiu ontem, no Tribunal de Anadia, o julgamento do pai da juíza que alegadamente terá morto a tiro o ex-companheiro da filha, o advogado Cláudio Mendes.
Durante a tarde, foi ouvida a mãe da vítima (Isabel) que, confrontada com as alegações do advogado de defesa de António Ferreira da Silva, sobre um relatório médico onde consta que Cláudio Mendes “se apresenta descompensado e que pode atentar contra a sua própria vida ou de terceiros”, a mesma afirmou, em tribunal, não compreender “porque é feita esta apreciação”, assegurando que o seu filho, Cláudio Mendes, “nunca colocou ninguém em risco de vida”. No seu entender, a sua única perturbação resultaria da “falta que sentia da sua filha”, assegurando que os únicos problemas que tinham “só resultam da ausência da sua filha”.
“Era quase constantemente que não deixavam o meu filho ver a minha neta”, referiu a mesma, adiantando a determinada altura que Cláudio Mendes se terá deslocado à Mamarrosa para ver a filha e que, não tendo sido possível fazê-lo, “escreveu uma carta, no próprio livro que levava para oferecer à minha neta, onde ele desabafa a tristeza que sente por não poder ver a filha”, carta essa que entregou ontem ao tribunal, para ser junta ao processo.
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