Paulo Júlio, secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa esteve anteontem à noite em Águeda, para presidir à inauguração da 19.a edição da Festa do Leitão, certame organizado pela Associação Comercial de Águeda.
Uma presença que foi aproveitada por alguns presidentes de junta de freguesia, para pessoalmente mostrarem algo descontentamento com as regras estabelecidas para a reforma administrativa que está para breve, no que diz respeito à redução do número de juntas de freguesia.
Jorge Mendes, presidente da Junta de Freguesia da Borralha, bem como Paulo Seara, da Junta de Águeda, fizeram questão de abordar directamente o governante, colocando várias dúvidas. De resto, Jorge Mendes chegou, mesmo, a sugerir que a lei não avance tal como está. Uma posição que mereceu de Paulo Júlio uma resposta clara, sublinhando que se trata de um processo “irreversível”, mas cuidando de destacar as virtudes do mesmo.
Antes dos “desabafos” dos autarcas, e durante a cerimónia protocolar de inauguração, ficou claro que a Festa do Leitão representa já “um marco importante da gastronomia da Bairrada, constituído um veículo importante de promoção regional e nacional do mesmo”, como frisou José Castilho, presidente da Associação Comercial de Águeda.
As promessas não consumadas pelo poder central durante anteriores inaugurações deste evento também foram lembradas, como foi o caso destacado por Gil Abrantes, presidente da assembleia-geral da ACOAG, da ligação rodoviária entre Águeda e Aveiro. Dirigente que lembrou ainda o facto de a Festa do Leitão ter aparecido com o propósito de criar rigor no licenciamento dos criadores de leitão e de conseguir a certificação do mesmo. “A verdade é que, 19 anos depois, o leitão não está certificado, e só quando a legislação for alterada será possível conseguir concretizar este objectivo”, referiu o mesmo.
A finalizar, o secretário de Estado Paulo Júlio considerou que iniciativas do género “são fundamentais para a promoção e competitividade do território”, defendendo mais “cooperação entre todos os agentes da sociedade, para conseguirmos ultrapassar dificuldades”.
Diário de Aveiro |