SANTA MARIA DA FEIRA: ADVOGADOS DE HOMICIDA TENTAM PROVAR LEGÍTIMA DEFESA

Começou, ontem, a ser julgado no Tribunal de Santa Maria da Feira o operário fabril suspeito de ter matado a sua mulher com golpes de uma faca, na Rua da Cantina, em Santa Maria de Lamas, Feira, no Verão passado. Agostinho Santos, de 52 anos, que, depois do crime, entregou-se no posto da GNR, levando, consigo, a faca que utilizou para matar a mulher, de 46, remeteu-se ao silêncio, após ter respondido às questões sobre a sua identidade, feitas pelo presidente do colectivo de juízes que está a julgar o caso.
No entanto, aparentemente, a defesa do arguido está a tentar provar que este agiu em legítima defesa. As testemunhas ouvidas na parte da tarde garantiram, que junto aos contentores de reciclagem, foi encontrada uma outra faca que Maria Glória Santos empunharia antes de ter perdido a vida.

Testemunhas recordam noite fatídica
“Estou a morrer, vou morrer”. Esta frase, proferida por Maria Glória Santos, dificilmente será esquecida por Luís Sampaio, um dos moradores que presenciou o crime. “Ia-me deitar quando ouvi gritos, mas nunca pensei que estivesse a acontecer aquilo. Vim à varanda e vi duas pessoas enroladas, ao murro e um objecto a reluzir. Quando vim cá abaixo, a senhora estava a andar para trás, sem forças e a cambalear”, recordou.
Esta é a descrição dos últimos minutos de vida da vítima, antes de Agostinho Santos, com quem estava casada há mais de duas décadas, a ter esfaqueado seis vezes, tudo indica, por motivos de ordem passional. Ciúmes, conjugados com medicação e ingestão de bebidas alcoólicas em excesso por parte do arguido - actualmente detido no Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo e acusado dos crimes de homicídio qualificado e violência doméstica - resultaram na morte da mulher, na madrugada de 28 de Agosto.


Diário de Aveiro


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