Na intervenção proferida esta quinta-feira, na cerimónia de assinatura do contrato de concessão dos Estaleiros Navais do Mondego, José Luís Cacho sublinhou a "valorização dos postos de trabalho e da integração dos ex-trabalhadores dos estaleiros" como uma das virtualidades do projecto assumido pela nova concessionária. O Presidente do Porto da Figueira da Foz deu ainda destaque ao apoio recebido por parte da tutela (leia-se Ministério da Economia e Secretaria de Estado dos Transportes), em todo o processo. A manutenção da vocação dos estaleiros no âmbito da construção e reparação naval; a valorização dos postos de trabalho e da integração dos ex-trabalhadores dos estaleiros; a protecção dos interesses da APFF e a viabilização dos investimentos do concessionário - permitindo também afectar as instalações, para além da reparação naval, a outras actividades industriais conexas e estabelecendo um prazo de vinte anos para a concessão, prorrogáveis por mais cinco, mereceram o destaque do administrador. "Estes quatro pontos revestem-se de inegável valia. Permitam-me que deles destaque a assunção, pela concessionária, da reintegração de todos os ex-trabalhadores dos ENM, estando ainda prevista a criação de mais de 300 postos de trabalho directos no estaleiro, até ao funcionamento em velocidade cruzeiro", afirmou José Luís Cacho, acrescentando que "nos tempos difíceis que hoje vivemos, com o flagelo do desemprego esmagando impiedosamente o futuro de milhares de famílias e de jovens, é reconfortante o compromisso, pela concessionária, da reintegração dos ex-trabalhadores dos ENM, o mesmo valendo para os propósitos anunciados da criação de mais postos de trabalho". José Luís Cacho recordou, no seu discurso, a colaboração com a APFF de Duarte Silva, Presidente da autarquia figueirense entretanto falecido, e a do actual líder camarário, João Ataíde. Concluiu a intervenção, recuando alguns anos no tempo, ao evocar palavras de Bissaya-Barreto, o professor universitário que presidiu, durante anos, aos Estaleiros Navais do Mondego. "Em finais de 1967, na intervenção que proferiu, em Lisboa, por ocasião da cerimónia de entrega do arrastão 'Almourol', construído pelos ENM, o Professor Bissaya Barreto protestava garantias quanto a uma empresa que não estava 'anquilosada por velhas técnicas', antes desejava actualizar-se introduzindo as inovações de melhor valor funcional, automatizando o que puder ser automatizado, mecanizando o que possa dispensar o trabalho ou a presença humana”. Diário de Aveiro |