Henrique Neto diz que o problema dos portos em Portugal não se resolve com a centralização de decisões mas sim com o fim dos monopólios. “Sempre ouvi dizer que uma maneira de descer custos é haver concorrência. E não há concorrência. Os portos são geridos por dois grupos económicos em Portugal. Há dois grupos que dividiram entre si o negócio”.
O empresário de 74 anos, militante do PS que tem apresentado moções críticas nos congressos, falou, ontem, na SIC Notícias, sobre a importância de alterar a gestão e deu como exemplo a relação entre os portos de Aveiro e Leixões.
“Uma das empresas está em Aveiro e Leixões onde o custo é, grosso modo, o dobro do custo do porto de Aveiro, e a empresa prefere fazer negócios no porto de Leixões porque ganha mais dinheiro no porto de Leixões. Não tendo concorrência pode gerir aquilo que é o recurso do Estado que é o porto. Os custos das direções portuárias não representam mais de 10% do custo total que os clientes pagam”, afirmava Henrique Neto, crítico com a organização da gestão portuária.
Uma declaração que mereceu a concordância dos estivadores que consideram o custo do trabalho e das operação uma falsa questão para justificar muitas medidas tomadas no setor uma vez que chegaram a alegar que a escolha do local de carga e descarga era determinado pelos interesses dos operadores. Diário de Aveiro |