CÉSAR MARQUES, PRESIDENTE DA CRUZ VERMELHA: “OS SEM-ABRIGO NÃO CONSTITUEM UM PROBLEMA NOVO EM ÁGUEDA”

A problemática dos sem-abrigo é uma das consequências do desenvolvimento das sociedades, cada vez mais industrializadas, materialistas e isoladas. Com base na experiência da instituição, o presidente da Cruz Vermelha de Águeda entende que “as novas tecnologias da informação e as regras do mercado laboral” vieram alterar decisivamente as dinâmicas sociais, “gerando cada vez mais situações de isolamento pessoal e social e criando novas fragilidades”.
Em 2005, quando o CAT (Centro de Alojamento Temporário para Passantes e Sem-Abrigo) abriu as portas, os primeiros utentes acolhidos pertenciam ao concelho, constata o nosso interlocutor, salientando que uma grande parte dos clientes acolhidos continuam a ser encaminhados pelas IPSS locais, Serviço Local da Segurança Social ou mesmo solicitando a integração por sua própria iniciativa e pela LNES (Linha Nacional de Emergência Social).
“É importante referir que existem muitos tipos de sem-abrigo, mas temos acolhido sobretudo dois grandes grupos: aqueles que se encontram numa situação temporária, por motivos de desemprego, doença ou ruptura familiar; e os que adoptaram esta forma de vida porque não acreditam que possam ser diferentes”, sublinha o dirigente, dando conta que se tratam de situações que são extremamente complicadas “porque se tratam de pessoas com histórias de vida dramáticas, com problemas diversos associados e que precisam de uma intervenção social diferente, atípica, que promova sobretudo a mudança e que seja facilitadora da integração social”.


Diário de Aveiro


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