António Salavessa acusou ontem a maioria PSD/CDS na Assembleia Municipal de ser “a mais anti-democrática na história do poder local em Aveiro”. “Mesmo em anteriores maiorias do CDS e do PS, nunca como agora a Assembleia foi tão a ‘voz do dono’ e tão incapaz de ouvir as oposições”, acusou o comunista, representante do PCP há vários anos naquele órgão autárquico.
Um exemplo foi a aprovação de 12 regulamentos municipais “de assentada” sem que a coligação tenha aceite “mudar uma única vírgula”. O vogal comunista não vislumbrou “qualquer resquício de funcionamento democrático, ao invés do que frequentemente aconteceu ao longo de décadas”.
Salavessa diz, por outro lado, que a Câmara está “à deriva e sem rasgo”, denunciando a “situação caótica da gestão municipal” e notando que mesmo com os parcos recursos financeiros disponíveis era “possível dar resposta” a alguns problemas locais. O próprio CDS, assinalou, “tem dado sinais de incomodidade” relativamente a decisões do executivo.
O porta-voz do PCP revelou-se crítico dos regulamentos aprovados recentemente - nomeadamente os referentes às taxas ou ao horário dos bares e das grandes superfícies - e enumerou outros processos demonstrativos da “desorientação” do executivo dirigido por Élio Maia. São os casos da “incapacidade em dar uma solução sustentável para a MoveAveiro”, dos “episódios rocambolescos com as pontes”, da “proposta absurda de criar mega-agrupamentos de escolas que implicaria o encerramento” da Homem Cristo e da João Afonso ou do “alargamento escandaloso” da concessão do sistema de captação do Carvoeiro à Águas do Vouga, cedendo um “serviço estratégico” “praticamente de graça e sem concurso”.
O comunista não se confirma ainda com o anunciado lançamento da taxa de protecção civil, que representará um “aumento cego da factura da água em 80 cêntimos por mês e por contador”.
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