Cerca de 90 por cento dos processos que deram entrada no Tribunal Diocesano de Aveiro nos últimos tempos referem-se a questões ligadas à nulidade do matrimónio. O Padre Manuel Rocha, membro daquela estrutura, afirma-se defensor de uma avaliação rigorosa uma vez que há muitas famílias penalizadas por não poderem assumir o casamento depois do divórcio. "Avaliar as nulidades é também ajudar as famílias" considera Manuel Rocha. "O casamento é um contrato feito entre duas pessoas capazes, mas se uma pessoa for incapaz ou não estiver de boa fé, não se entregando de alma e coração na fidelidade aos compromissos assumidos e se não se quer entregar ou comprometer, fazem, os dois, uma encenação, um teatro, sendo essas as razões que podem levar a Igreja a dizer que esse casamento nunca existiu, portanto não se pode anular, há um erro de principio porque inicialmente as pessoas não fizeram aquilo, não se casaram de verdade", disse. Manuel Rocha diz que os divorciados "recasados" são, em muitos caso, gente sofrida e às vezes revoltada e que a Igreja "tem obrigação de olhar para estes casos". Diário de Aveiro |