O antigo lugre bacalhoeiro Argus voltou ontem a navegar. Uma viagem curta, do Cais dos Bacalhoeiros até ao Terminal Norte do Porto de Aveiro – e conseguida com o auxílio de dois rebocadores -,mas “carregada de simbolismo”, segundo destacou Aníbal Paião, administrador da Pascoal, empresa proprietária do navio. O veleiro histórico, que ficou imortalizado no documentário “A Campanha do Argus”, da autoria de Alan Villiers, irá marcar presença no Ílhavo Sea Festival, ficando atracado ao lado dos seus navios irmãos Creoula e Santa Maria Manuela.
Ainda que não vá estar aberto ao público – o Argus ainda aguarda por obras de recuperação, não oferecendo condições de segurança para receber visitas -, o antigo lugre bacalhoeiro marcará presença na festa dos grandes veleiros para ajudar a lembrar a grande epopeia portuguesa da pesca do bacalhau. Com uma certeza: a empresa Pascoal, que salvou o navio de ser desmantelado, em 2009, e que já concretizou a recuperação do Santa Maria Manuela, continua empenhada em “lutar para recuperar também o Argus”, referiu Aníbal Paião.
O Argus foi construído na Holanda, em 1939, e andou na pesca do bacalhau até 1970, vindo a ser vendido para o estrangeiro em 1974 - tal como aconteceu, em 1971, com o Gazela Primeiro, outro dos veleiros emblemáticos da frota portuguesa. Acabou por ser transformado num veleiro para cruzeiros nas Antilhas, onde navegou com o nome Polynesia, tendo, então, regressado a território português em 2009.
Diário de Aveiro |