No próximo domingo, os aficionados voltam a marcar encontro na praça de touros instalada junto ao Espaço Inovação. Pela arena da Corrida de Touros inserida na 26.ª Fiacoba e V Feira do Cavalo vão passar três toureiros – Joaquim Bastinhas, Sónia Matias e Marcelo Mendes – e cada um vai lidar dois touros. São, portanto, seis exemplares da Ganadaria dos Campos de Coimbra que saem à arena (haverá ainda um sobrero). Exemplares de Isidro Ricardo, que, apesar de ser de Meãs do Campo (Montemor-o-Velho), tem ligações a Oliveira do Bairro.
Fazendo da agricultura a sua atividade principal há cerca de 15 anos, Isidro Ricardo acompanhou, desde a juventude, o seu pai nestas lides, tendo depois assumido a sua exploração, nos campos do Mondego. No início da década de 80, “tive conhecimento de que os campos do Vale do Cértima, em Oliveira do Bairro, estavam abandonados e, em 1981, aluguei alguns terrenos e desenvolvi atividade agrícola nos campos de arroz”, conta a JB este agricultor de 61 anos, que atualmente possui 60 hectares de arrozais nesta zona.
Separadamente do milho e do arroz, culturas a que se dedica, surge a criação de touros. “O Vale do Mondego sempre foi uma zona aficionada. Os meus bisavós tiveram gado bravo mas, depois, foi uma criação que quase se extinguiu no Mondego”, recorda. Mas o bichinho dos touros ficou.
Seria então através do filho mais novo que a paixão voltaria ao de cima. “O meu filho apaixonou-se pelos touros bravos e faz hoje parte do Grupo de Forcados de Coimbra, que também estará em Oliveira do Bairro no dia 15. Então, arranjei umas vacas e desenvolvi a atividade dos touros de lide.” Atividade pouco lucrativa, admite Isidro Ricardo, encarando-a apenas como hobby. Hoje, este agricultor divide a sua atividade entre 100 hectares de arrozais e milho (60 hectares de arroz e 40 de milho) e 70 hectares de área de pastagem.
Projeto do Parque Verde. Recentemente, Isidro Ricardo foi desafiado pela Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, para o projeto agroturístico do Parque Verde da Cidade (zona poente, nas proximidades da Recer). “Estou a desbravar terrenos que estavam incultos, vou pôr-lhes arroz e, no próximo ano, já conto fazer uma monda e a colheita manual.”
Joaquim Santos, vice-presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, anunciou, em março de 2012, que, “através de um protocolo com uma empresa de Montemor-o-Velho, a autarquia garantiu a conservação e manutenção dos arrozais”. “A empresa faz a sementeira e colheita final, sem qualquer custo para o orçamento municipal, tendo apenas como contrapartida o direito à colheita do arroz, comprometendo-se a entregar ao município uma percentagem a definir em função da produtividade”.
“O município pode usar esta produção para promover o concelho, nos seus costumes e produtos tradicionais ou para oferecer a quem nos visita, no âmbito de uma mostra agroturística”, frisou Joaquim Santos.
Oriana Pataco
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