Um ano depois de ter perdido os pelouros na Câmara de Aveiro, na sequência do caso do prédio com pisos ilegais na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, Miguel Fernandes crítica a gestão do dossiê feita pelo presidente da Câmara e sugere uma investigação judicial.
Em declarações ao Diário de Aveiro, o antigo vereador diz que a recente mudança de posição de Élio Maia sobre este assunto, em que sugere a demolição como única via, corresponde à decisão de Miguel Fernandes tomada em Fevereiro de 2010.
"Mas com uma diferença: só foi tomada, agora, de forma apressada e repentina depois de uma visita da Inspeção-Geral das Autarquias Locais à Câmara. Caso contrário, creio que iria ficar tudo na mesma”.
O antigo vereador recorda os passos do processo e lembra que chegou a pedir aos Serviços de Obras Municipais uma consulta ao mercado de empresas especializadas neste tipo de demolição mas que na hora da verdade, em plena reunião camarária, Élio Maia impediu a demolição dos pisos ilegais.
Acusa o autarca de ter valorizado mais a alegada ruptura financeira do empreiteiro, “que seria do seu conhecimento pessoal”, do que a reposição “da legalidade, a dignidade e a autoridade municipal”.
Recorde-se que foi nessa altura que Élio Maia chamou a si a gestão do processo por temer que pudesse acarretar custos incomportáveis para o Município. Opção que o ex-vereador não esquece.
“Não satisfeito, Élio Maia esperou apenas pelo Verão de 2010 para me retirar o pelouro do Urbanismo, o que, em termos práticos, fez com que a ilegalidade continuasse até hoje. Por tudo isto, sou da opinião de que este é um caso que, pelos seus contornos no mínimo estranhos, merece uma investigação pelas instâncias judiciais, que têm todos os poderes para apurarem a verdade e julgarem com independência, isenção e justiça os eventuais ilícitos criminais que resultem deste processo”. Diário de Aveiro |