O Bloco de Esquerda (BE) diz que o presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia, “tornou-se já no inimigo público número um das árvores no concelho”. Em causa, para os bloquistas, está o derrube de “todas as árvores no centro do bairro” do Alboi. “Inicialmente”, a autarquia alegou que as árvores “representavam perigo público” mas “em seguida todo o parque foi derrubado sem qualquer explicação”, acusou ontem o partido da oposição em comunicado assinado por Odete Costa.
As obras em curso no Alboi, no âmbito do programa Parque da Sustentabilidade, são visadas pelo BE, que considera “inaceitável” que “a vida dos moradores do bairro esteja a ser alvo de profundos transtornos” sem que se saiba qual o resultado pretendido. Sobre as actuais “obras mistério”, o BE considera que “é urgente que a Câmara dê explicações sobre as obras em questão”. “Élio Maia e o executivo PSD/CDS devem revelar o que está a ser construído no bairro”, apela.
“A democracia deve ser participativa e nela não há espaço para secretismos como aquele que Élio Maia desenvolve no local”, acrescenta, denunciando o “total desrespeito pela democracia e pelos aveirenses” por parte da coligação que governa a edilidade desde 2005.
Nas últimas semanas, a Câmara tem recusado esclarecimentos sobre o projecto para o Alboi. Há uns meses, porém, numa explicação detalhada ao Diário de Aveiro, esclareceu que a intervenção incide na Praça José Rabumba/Rua da Arrochela, Canal do Paraíso/Canal dos Santos Mártires e Largo Conselheiro Queiroz visando “estabelecer uma continuidade de percurso pedonal entre o Rossio e a Baixa de Santo António, que se estenderá até ao sul do Jardim D. Pedro”.
A criação de um arruamento atravessando o Largo Conselheiro Queiroz, na zona central do bairro, foi anulada após pressão popular e dos partidos da oposição.
O projecto prevê mexidas na rede viária e estacionamento, zonas pedonais, jardins ou áreas de lazer.
Diário de Aveiro |