Este promete ser um verão quente na educação com acusações de alegados saneamentos políticos na formação das comissões administrativas provisórias que durante um ano asseguram a transição para os novos agrupamentos de escolas. Está instalada a polémica em torno da constituição da Comissão Administrativa Provisória que vai assumir a gestão do agrupamento de escolas de Ílhavo.
Manuel Oliveira e Sousa, diretor da Escola Secundária de Ílhavo, escola base do agrupamento, estaria proposto para o cargo mas acabou preterido. E para esse responsável a questão assume “contornos graves num Estado de Direito” levando o caso ao conhecimento da Assembleia da República.
A exposição adianta que Manuel Sousa chegou a ter reuniões com a Diretora Regional de Educação do Centro e que em cima da mesa estava a liderança do processo por representar a escola sede de agrupamento dentro do espírito da lei.
Lembra que a “lei aponta para que, a bem da harmonização de processos e como garante de eficácia e eficiência, a escola sede do Agrupamento seja a Escola Secundária e que os membros das Direções possam assumir, em conjunto, a futura CAP” mas aponta uma alteração à última hora.
Manuel Sousa terá dado a resposta à possibilidade de assumir a liderança do órgão até dia 20 de Junho. Depois terá indicado nomes para a CAP. Uma lista com Manuel Oliveira de Sousa, Diretor da ESDJCCG; Lúcia Rodrigues, Diretora do Agr Escolas de Ílhavo; Nuno Marques, Subdiretor da ESDJCCG; Carlos Alberto Silva, Subdiretor do Agr Escolas de Ílhavo; Ana Cláudia Castro, Adjunta do Dir da ESDJCCG; e João Bernardo, Prof 1º Ciclo do Agr Escolas de Ílhavo.
Manuel Sousa terá sido surpreendido no dia 3 de Julho com outra opção e no dia 4 diz ter tomado conhecimento da posse da CAP para a agregação das Escolas de Ílhavo “sem qualquer membro da Direção da Escola sede”.
Indignado, o diretor da Escola Secundária de Ílhavo entrega, agora, a responsabilidade da gestão da Escola à Presidente do Conselho Geral e questiona se é “este um exemplo de transparência de processos do Governo de Portugal”. Pergunta mesmo se “terá algum fundamento o que se escreve nas redes sociais ao ser especulado tratar-se de perseguição política”.
O caso estará também a causar mau-estar em Aveiro onde o nome de Helena Libório, antiga diretora regional de educação e atual vereadora eleita pelo PS, terá visto o nome no centro de outra polémica sem garantir assento no agrupamento de Esgueira. Nas redes sociais o tema de conversa é o “saneamento político”. Diário de Aveiro |