Mesmo a uma semana do arranque dos trabalhos para a nova época, Jaime Machado admite que a mudança de mãos da maioria do capital da SAD do Beira-Mar continua a ser possível e que o iraniano Majid Pishyar terá manifestado abertura para vender a sua posição. Considera que a concretizar-se teria que ser para mãos "conhecedoras da realidade do Beira-Mar".
"Se viermos a encarar um novo investidor e negociarmos um protocolo com base na experiência adquirida neste período, em que possamos de uma forma mais prudente acautelar os interesses do clube, quando falo de interesses falo fundamentalmente da resolução do passivo. Falo de alguém que acredite e conheça a situação. Posso dizer que já há pessoas que conhecem e discutiram essa situação e que estão prontos a entrar se for essa a decisão tomada. Isto não é uma forma de pressionar Majid Pishyar. Se ele quiser ficar não tem que ser pressionado mas tem que cumprir. De momento, não temos mais margem para dar a uma manutenção deste status quo”.
Jaime Machado revela que o primeiro ano de SAD não teve o efeito desejado nomeadamente ao nível da redução do passivo mas admite que o tempo trouxe mais confiança entre os dirigentes e Majid Pishyar.
"As coisas foram-se adaptando à realidade concreta da SAD e, hoje em dia, a administração é muito mais feita localmente, do que em zonas mais afastadas. Porque, a determinada altura, o investidor não nos conhecia. Havia um perfeito desconhecimento de parte a parte. As coisas foram-se limando".
O dirigente indicado pelo Beira-Mar assume que a redução do orçamento é uma certeza e que a SAD está obrigada a uma gestão mais criteriosa confirmando, ainda, a inscrição e o cumprimento dos requisitos para participar na I Liga.
"Hoje em dia existe uma maior atenção e preocupação dos administradores que são do clube no dinheiro que Majid Pishyar investe. Porque o dinheiro principal é dele mas mesmo assim nós estamos preocupados com isso. Acho que ele (Majid Pishyar) está assessorado pelas pessoas que considera mais pertinentes. São pessoas conhecedoras do futebol, sabem muito desta área".
Nesta entrevista, o administrador revela que se manifestou contra a melhoria salarial de Artur sem uma renovação de contrato em Janeiro.
"Não percebi o negócio do Artur e fiz questão de o dizer. Considero que esse não foi um bom negócio para a SAD porque ninguém vai fazer um aumento do salário de um atleta, a troco de nada”. Diário de Aveiro |