PRESIDENTE DA REN DIZ QUE NEGÓCIOS DE GODINHO ANDAVAM "ABAIXO DO RADAR" DA ADMINISTRAÇÃO.

Manuel Godinho vai voltar ao tribunal de Aveiro. Está em silêncio desde o arranque do processo mas agora é chamado pelo Tribunal. A relação do sucateiro com a REN esteve em foco na sessão de ontem. O atual presidente da elétrica foi ouvido e disse que os problemas com as sucatas andavam abaixo do radar da empresa.

Manuel Godinho esteve no tribunal de Aveiro praticamente só nos primeiros dias do julgamento do processo Face Oculta, em Novembro do ano passado, remetendo-se ao silêncio exercendo um direito que não penaliza mas também não favorece. "Um dia mais tarde, se eu vir que é conveniente, vou falar", dizia na altura.

Agora, a pedido do juiz presidente, tem de voltar a 28 de Junho. Nesse dia irá depor um vigilante na sub-estação de Alto Mira a quem o empresário tentou, sem sucesso, aliciar, em Setembro de 2008, com 20 euros, diz o Ministério Público, para que fechasse os olhos a camiões que levavam menos cargo do que declarados em talões de pesagens, prejudicando a REN.

Na audiência desta quarta-feira depôs o atual presidente da elétrica. Sem implicar o seu antecessor no cargo, José Penedos, acusado de corrupção, Rui Cartaxo afirmou que os problemas com empreitadas de resíduos envolvendo Manuel Godinho andavam "abaixo do radar" da administração até rebentar o Face Oculta.

Mote aproveitado pelo advogado Rui Patrício, da defesa do ex-presidente. "Em vez de se estar aqui a julgar os factos da acusação está-se a fazer uma auditoria à REN. Nós estamos aqui para provar factos de corrupção e como não há provas desses factos está-se a falar outras coisas para criar cenário, mas não é isso que está aqui em causa".

O julgamento continua esta quinta-feira com mais testemunhas relacionadas com a REN.


Diário de Aveiro


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