A maioria PSD-CDS chumbou a proposta do PS para anular o concurso da construção da ponte pedonal no canal central em Aveiro. O presidente da Câmara fez um ponto da situação dos contactos para se encontrar um novo empreiteiro que assuma as responsabilidades do primeiro que, entretanto, desistiu da construção. Élio Maia fala em negociações mas não afirma taxativamente a manutenção do projeto. “Sabemos que há contactos da empresa e de outras empresas no sentido de procurarem tecnicamente avaliar a situação, em termos de custos, para saberem se substituem a empresa. Gostaríamos muito que já se tivesse fechado esse processo. Neste momento ainda não está. Portanto, ainda está em aberto. Não temos, ainda, os resultados finais dos estudos técnicos que vão ser feitos e as quantificações porque numa sessão de apresentação contratual há uma condição que é indispensável: ela a existir, quem venha a ficar com a posição tem que assumir, por inteiro, aquilo que esteja no contrato que foi assinado. Portanto, vão fazer estudos, orçamentos, avaliações. E ainda não temos, neste momento, nenhuma resposta definitiva para saber se alguma há empresa que nos faça chegar uma proposta, nesse sentido, já com a indicação de quem é, a existir isso, poderá assumir essa posição contratual da empresa. Não sabemos se vai acontecer ou não. Sei que estão a trabalhar nesse sentido”.
O vereador João Sousa estranha a demora quando a Câmara diz ter razão no diferendo. “No final, a Câmara está a negociar com alguém que, à partida, não cumpriu com aquilo que contratualizou com a Câmara. Não realizou a obra, abandonou a obra, não cumpriu com aquilo que estava no caderno de encargos e neste momento a Câmara está, no final, a negociar com um empreiteiro que, à partida, tem uma determinada obrigação com a qual não é capaz de cumprir. Perante um cenário em que o empreiteiro faz um pedido de trabalhos a mais, na ordem dos 400 mil euros, e agora vai ceder a posição contratual com um valor da adjudicação que é 400 mil euros abaixo, tenho as minhas sérias dúvidas de que consiga essa situação”.
O PS levou a votação a proposta de acabar com o contrato. Ana Vitória Neves, vereadora independente votou a par dos socialistas, por considerar que a Câmara pode enfrentar custos acrescidos. A mesma razão que levou Pedro Ferreira a votar contra a proposta do PS. “Vou dar uma palavra no sentido da minha votação dizendo que voto favoravelmente por entender que há uma oportunidade para desistir da realização da obra e consequentemente evitar um custo financeiro que, neste momento, considero supérfluo, sem encargos para o município”, declarou Vitória Neves.
“Informo que votei contra esta proposta, por ela implicar custos avultados para o município”, resumiu Pedro Ferreira.
A proposta do PS foi chumbada por 5 votos contra 4. Élio Maia não “atira a toalha” ao chão para ficar com a consciência de tudo ter feito para construir a ponte. Diário de Aveiro |