No próximo dia 16 de junho, pelas 21h, na sede da ADABEM (Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Mogofores) terá lugar uma tertúlia sobre a dádiva de sangue. O evento, que é destinado aos dadores e à população em geral, será, segundo Albano Jorge, presidente da direção da ADABEM, acima de tudo, “um espaço de conversa e de esclarecimento”, sobretudo perante a aplicação do Decreto Lei n.º 113/2011 que passou a ter efeitos práticos em janeiro de 2012.
Isto porque a nova legislação veio terminar com a isenção de taxas moderadoras aos dadores de sangue no acesso aos cuidados secundários de saúde, mantendo-se essa isenção apenas nos cuidados primários.
Face à onda de contestação, protestos e criação de vários movimentos, a direção da ADABEM “entendeu, por bem, promover uma tertúlia sobre a realidade, sensibilizando sobretudo a população para a necessidade da dádiva benévola de sangue”, pois “queremos que cada dador seja mais dador”, defende aquele responsável, dando conta de que é necessário avaliar o comportamento e reação dos dadores de sangue face a “uma perda de direitos que a sociedade lhes reconhece porque efetivamente os dadores são pessoas que se dispõem a sair de casa para dar sangue”.
Embora acredite que o governo será sensível às movimentações e protestos de várias associações, até porque está em discussão na Assembleia da República um diploma inédito para criar o Estatuto do Dador de Sangue, diz que a ADABEM só quer apelar à dádiva, por isso está fora de quezílias políticas em torno desta matéria.
Balanço muito positivo. A ADABEM tem 24 anos e o seu único propósito é a sensibilização da população para a importância da dádiva benévola de sangue.
Embora tenha a sua sede em Mogofores, possui núcleos de dadores na Moita, Tamengos, Avelãs de Cima e Paredes do Bairro.
Neste momento, tem 1.725 inscritos, dos quais 538 são dadores no ativo, ou seja, este é o número de dadores que realiza, por ano, duas dádivas.
Sobre a ADABEM, Jorge Albano faz um balanço muito positivo, já que esta pequena associação consegue, por ano, realizar 350 a 400 dádivas, mantendo-se em crescimento ao longo de todo este tempo.
“Com pequenas oscilações, altos e baixos, conseguimos estar numa linha ascendente o que é muito bom”, refere, dando conta do trabalho de sensibilização feito, sobretudo junto dos jovens do concelho: “estivemos recentemente na ESA e das 20 presenças conseguimos 14 dádivas de alunos que se tornam assim novos dadores”.
Dar sangue na Feira. Acrescente-se que também no dia 27 de junho, entre as 9 e as 13h, no espaço da Feira da Vinha e do Vinho de Anadia, estará uma brigada móvel do Instituto Português de Sangue a proceder a uma recolha.
Uma ação aberta a todos os que queiram participar, desafiando Albano Jorge à presença de jovens para que venham experimentar e tornar-se dadores de sangue.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt
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