O projecto de requalificação da Avenida Dr. Lourenço Peixinho vai ser apresentado pela Câmara de Aveiro na próxima segunda-feira, numa sessão pública marcada para 21 horas na sede da Assembleia Municipal (edifício da antiga capitania).
A iniciativa é aberta a toda a comunidade e contará com a participação do presidente da autarquia, Élio Maia, que desta forma reforça o peso político do projecto. A renovação desta via é desejada há vários anos mas nunca passou para o terreno. A coligação PSD/CDS, que governa a edilidade desde 2005, sempre assumiu esta obra como uma das prioridades da sua gestão, tendo encomendado estudos à Universidade de Aveiro (UA). Não se sabe ainda, no entanto, qual o calendário da empreitada.
Recentemente, a autarquia anunciou que tenciona que a requalificação seja financiada pelos privados a quem for atribuída a concessão do estacionamento público tarifado da cidade, a quem caberá também a construção do parque de estacionamento sob a estação ferroviária e de outros três no centro de Aveiro.
Na sessão pública de segunda-feira participarão também Jorge Carvalho, professor da Universidade de Aveiro, e o arquitecto Bruno Soares, pertencentes à equipa técnica que elaborou o projecto por encomenda do município. Após a apresentação do projecto, está previsto um tempo para debate público entre a população interessada.
De 280 para
80 lugares
A Avenida Dr. Lourenço Peixinho e o “coração da cidade” irão sofrer “alterações profundas”, anunciou ontem a Câmara. O novo desenho para a principal artéria da cidade contempla maior espaço pedonal e menos trânsito, sendo assumida a construção do parque de estacionamento subterrâneo no troço nascente.
Na proposta em discussão, ao invés das actuais quatro faixas de rodagem existirão apenas duas, uma em cada sentido. Os passeios laterais, actualmente com 2,5 a três metros de largura, passarão a ter 9,50 metros, devendo ser dotados de mobiliário urbano “confortável”, proporcionando “boas condições de estadia e de conforto humano”.
Uma “grande parte do espaço” será destinada aos peões, o que implica que o estacionamento de superfície seja “francamente reduzido” - de 280 para 80 lugares.
Em compensação, está pensada para o topo nascente, junto à estação ferroviária, a criação de um parque de estacionamento subterrâneo, com entrada e saída pelo túnel, com capacidade para perto de 400 lugares. No topo poente, os estacionamentos do centro comercial Fórum e do edifício Ana Vieira, já existentes, “colmatam as necessidades previsíveis”.
A circulação da bicicleta será feita de “forma partilhada com os veículos”, o que consiste numa “solução de integração na mobilidade global compatível com tráfego automóvel de velocidade reduzida”, esclarece a edilidade.
A renovação da avenida assentará ainda na criação de duas praças em ambas as extremidades da artéria. A Praça da Estação “não difere muito” da que já hoje existe no local, sendo “direccionada para os mais jovens”. No outro topo perspectiva-se uma Praça Central situada entre o edifício do Banco de Portugal e a Pastelaria Ramos, constituindo uma “zona polivalente” de convívio, de estadia e com capacidade para acolher eventos culturais, sendo apoiada por comércio e cafetarias com esplanadas.
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