AVEIRO: MILHARES VISITARAM “A MELHOR FEIRA” DE VEÍCULOS ANTIGOS

Vítor Reis acabara de vender um Ford Escort de 1975, amarelo, a um particular de Miranda do Corvo e estava por isso satisfeito com o andamento da Automobilia, que decorreu entre sexta-feira e ontem em Aveiro. Este vendedor de Castelo Branco veio “de propósito” a Aveiro para participar no evento, dedicado a viaturas de outros tempos. “É a melhor feira do país e a única que faço”, contou ao Diário de Aveiro. Além do Ford Escort, Vítor Reis também já vendera uma motorizada a um comprador de Cantanhede. Contas feitas, o certame “corre bem, melhor do que no ano passado”.
Nem todos os vendedores saem de Aveiro tão felizes com os negócios concretizados na Automobilia. Alexandre Tavares, de São João da Madeira, inscreveu-se pela terceira vez e conclui que as vendas decorreram a um ritmo mais baixo. “As pessoas querem comprar, mas não têm capacidade”, ajuíza. “Há muita gente a passear, mas menos a comprar”, diz junto às vespas ou bicicletas que trouxe para negociar. Sobre a feira, só elogios. “É a melhor do género no país”.
Num dos pavilhões do Parque de Exposições de Aveiro assentou também Filipe Sousa, com uma banca onde vende revistas da especialidade e peças. “O negócio está mais fraco. Vai dar à certa para as despesas”, lamenta.
Ontem ao fim da manhã, quando o Diário de Aveiro visitou o certame, via-se muita gente a passear pelo espaço - os dois pavilhões e zonas exteriores do Parque de Exposições. António Perdigão, de Aveiro, deslocou-se ao local “por curiosidade”. “Vêem-se aqui coisas antigas que já não se encontram normalmente”.

“Maior mercado
ibérico”

Luís Cardote, presidente do Clube Aveirense de Automóveis Antigos (CAAA), organizador do Automobilia, congratula-se com a “muita afluência” ao evento, que este ano conheceu a sua vigésima edição consecutiva. O aumento dos bilhetes - de quatro para cinco euros - não parece ter demovido os interessados, que puderam visitar 350 expositores, alguns dos quais provenientes de Espanha, Itália, França, Bélgica, Alemanha e Inglaterra. A feira aveirense, uma das cinco promovidas em Portugal, converteu-se mesmo no “maior mercado de peças a nível ibérico”.
A Automobilia “já está cimentada” e o “prestígio” conquistado nos últimos anos é responsável pelos “milhares” de visitantes recebidos durante os três dias. Entre eles “muitos espanhóis”, aliciados especialmente pelo mercado das motorizadas, explica Luís Cardote. Para o presidente do CAAA, a feira foi positiva também pelas vendas efectuadas. “Pelo que nos têm dito muitos vendedores, os negócios estão a fazer-se”.
A grande novidade da edição de 2012 foi o primeiro concurso de “elegância automóvel”, que decorreu ontem com 20 viaturas inscritas. Nesta competição de automóveis fabricados até 1960 foram avaliados a beleza, o estado de conservação e o respeito pela originalidade. Um Cadilac de 1904, pertencente a um médico aveirense, foi o veículo mais antigo a concurso.
O objectivo da iniciativa, esclareceu Luís Cardote, foi “reavivar um tipo de actividade automobilística que se tem tornado rara em Portugal”.


Diário de Aveiro


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