Em Aveiro, no processo Face Oculta, o arguido Paulo Penedos (na foto) voltou, hoje de manhã, a insistir em saber se ainda existem escutas que terão escapado à ordem de destruição do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, por envolverem o ex-Primeiro-Ministro José Sócrates. Num requerimento apresentado pelo seu advogado, Ricardo Sá Fernandes, o Juiz Presidente do coletivo, Raul Cordeiro, foi chamado a clarificar que posição vai assumir. Se permitir o acesso às defesas das conversas e registos de "SMS" ao Tribunal ou cumprir a ordem de Noronha do Nascimento. Um procedimento que considerou relevante para apreciação de eventuais nulidades dos despachos de destruição. "Quero esclarecer de uma vez por todas se os despachos do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça foram integralmente cumpridos ou não, porque houve uma primeira fase em que houve produtos que foram destruídos mas depois apareceram novos suportes com cópias desses mesmos produtos e o Juiz de Instrução Criminal determinou que esses produtos não fossem destruídos até que este incidente das escutas estivesse esclarecido", adiantando que "o que hoje perguntámos ao Tribunal foi, para acabar com especulações, já foram destruídas todas as escutas em que interveio José Sócrates e se permanecem alguns desses produtos, o Tribunal vai destruí-los ou não e se vai, quando os destrói", referiu Ricardo SÁ Fernandes, explicando os objetivos do requerimento apresentado hoje no Tribunal de Aveiro. Admite-se que estejam guardados seis produtos no cofre do Tribunal de Ovar, de onde é oriunda a investigação original do Face Oculta, relacionada com crimes de corrupção e outros. O Juiz Presidente deu cinco dias para o Tribunal analisar o requerimento de Ricardo Sá Fernandes. Diário de Aveiro |