CONGRESSO IBÉRICO “A BICICLETA E A CIDADE” PROMOVEU USO DA BICICLETA EM MEIO URBANO.

Terminou a 9.ª edição do Congresso Ibérico “A Bicicleta e a Cidade”, iniciativa conjunta da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) e da ConBici (Coordinadora en Defensa de la Bici), de Espanha.

Encerrou-se um ciclo, "em que de dois em dois anos, alternadamente em Portugal e Espanha, se realizaram estes encontros, e muito mudou desde 1996, ano em que os mesmos se iniciaram", pode ler-se num comunicado de imprensa.

Esta reunião passará a ter periodicidade anual, realizando-se a próxima edição em 2013 em Vitória-Gasteiz. "A bicicleta é cada vez mais um tema nas agendas políticas das cidades dos dois países. Muitos municípios continuam a criar condições para a utilização da bicicleta, uns mais timidamente que outros: campanhas de promoção da bicicleta, acalmia de tráfego, infra-estruturas, soluções para parqueamento, condições de transporte da bicicleta nos transportes colectivos", são exemplos de politicas locais desenvolvidas.

"O direito à acessibilidade deve ser reconhecido, em cada país, através das formas mais adequadas, como resposta à nova dimensão da bicicleta nas cidades modernas. Neste âmbito o acesso à mobilidade e do uso pleno da bicicleta como modo de deslocação deve estar consagrado na constituição da República Portuguesa a exemplo do direito à saúde e à educação", é sugerido em conclusão, pelos promotores desta iniciativa. Assim, a integração da bicicleta nas políticas e sistemas de transportes, "deve ser uma prioridade", uma vez que a bicicleta "é um instrumento imprescindível para uma mobilidade que se quer sustentável".

É sugerida "uma alteração do Código da Estrada português a exemplo do que está consagrado em inúmeros Códigos de outros países europeus, adaptando-o às necessidades dos ciclistas e corrigindo lacunas e omissões, numa visão de que na estrada se deve proteger os utilizadores, não os ignorando, não os segregando".

Os sistemas de Bicicletas de Utilização Pública (gratuita na primeira meia hora ou hora) nos interfaces de transportes e junto a parques de estacionamento dissuasores, por exemplo, "são uma excelente opção para a intermodalidade, com benefícios na economia de tempo, de espaço e de custos".

Os municípios "deveriam instituir, por norma, que sempre que haja uma obra se aproveite para deixar espaço ou fazer alterações que beneficiem a utilização da bicicleta ou que pelo menos não a compliquem, como a questão da colocação de sarjetas, colocação de postes de iluminação e sinalização vertical que roubam espaço e visibilidade à circulação".

Ao nível dos edifícios, o estacionamento das bicicletas "deverá ser consagrado" e a mobilidade para a escola "deverá ser repensada de um modo prioritário", concluem os promotores deste congresso.


Diário de Aveiro


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