Ana Barros, residente na freguesia da Vera Cruz (em Aveiro), concretizou, aos 56 anos, o sonho de criar um museu dedicado aos mais pequenos.
Tendo frequentado o curso de Educadora de Infância, em Lisboa, Ana Barros é licenciada em Expressões Artísticas, pela Universidade do Minho. Além disso, possui formação em expressão dramática, teatro e encenação, que foi adquirindo ao longo do seu percurso no Grupo de Teatro “Arlequim”, do qual é uma das fundadoras. Um grupo que, criado em 1978, se especializou em teatro para a infância. “Tive grandes mestres, como Isabel Alves Costa, Mestre Esteves, João Paulo Seara Cardoso e Giselle Barret, pessoas que foram verdadeiros marcos na minha vida… e, claro, todas as pessoas com que trabalhei nestes ‘palcos’ de troca de experiências e aprendizagens conjuntas, com destaque para o meu sempre companheiro nestes percursos: o meu marido “Jackas”, sublinha.
Desde quando vinham sendo recolhidos os brinquedos que, agora, integram o espólio do Museu do Brincar (MdB)?
Perde-se no tempo… Acho que sempre fui apaixonada por colecções, por guardar “coisas” com muito carinho. Aqui, também tive um grande mestre, ou melhor, um guru: falo do meu pai. O meu pai era uma pessoa de uma profunda sensibilidade, olhava para os objectos com poesia e aprendi, com ele, a escutar as histórias que os objectos nos podem contar. Visitei muitos museus com os meus pais e irmãos; para nós, nunca foram uma maçada, mas sempre espaços de aventura e contadores de histórias.
Fui guardando e recolhendo. Quando casei, passámos a ser dois nesta procura e neste juntar. Depois, as pessoas amigas também nos davam muito material.
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