É um testemunho considerado relevante na ótica da defesa de Armando Vara. Um diretor do BCP passou pelo Tribunal de Aveiro para explicar o sentido de uma frase que o Ministério Público entendeu como referência a dinheiro para favorecimentos. Dia para discutir os famosos “25 kms”.
A defesa de Armando Vara vê bem encaminhado o esclarecimento sobre o que pretenderia Manuel Godinho dizer quando falou ao ex-ministro na entrega de "25 km". O MP traduziu o jargão por 25 mil euros, a troco de favorecimentos. No inicio do julgamento do processo Face Oculta, Armando Vara admitiu que se trataria de uma referência relacionada com a necessidade do empresário das sucatas ter saldo de 250 mil euros no BCP para conseguir uma operação de factoring que estaria a ser negociada.
Um diretor do banco, Virgílio Repolho, envolvido nos contactos, em 2009, foi esta quinta-feira ao tribunal de Aveiro confirmar que o seu antigo administrador lhe dissera ter sugerido a Manuel Godinho o reforço das suas contas facilitar o negócio. E afastou tratamento de favor para com as empresas de resíduos.
Tiago Rodrigues Basto, advogado de Armando Vara, considerou o depoimento importante para ilibar o seu cliente de tráfico de influências.
A defesa de Armando Vara espera agora, com expetativa, o depoimento da ex-secretária de Estado do Transportes, Ana Paula Vitorino.
A deputada do PS irá responder por escrito às questões do tribunal sobre alegadas influências movidas pelo ex-vice presidente do BCP para afastar a administração da REFER. Diário de Aveiro |