O Bloco de Esquerda (BE) defende que a eventual agregação de freguesias não seja feita pelo Governo “a régua e esquadro” mas a partir de referendos nos diversos municípios do país. Apresentada na Assembleia da República, a proposta foi chumbada pelos restantes partidos. Os bloquistas, porém, mantêm a sugestão e ontem lançaram a campanha nacional “Extinção de freguesias não, referendo local sim”.
Em Aveiro, a iniciativa foi apresentada pelos dirigentes locais Nelson Peralta, Ivar Corceiro e Rui Maio. “O Governo trata o território como se fosse um pedaço de terra sem ninguém em cima”, acusou Nelson Peralta, sustentando que a administração PSD/CDS chefiada por Pedro Passos Coelho “governa contra a própria população”.
A redução do número de freguesias visa “satisfazer um capricho da troika”, apesar de a contestação à medida ser partilhada por uma “maioria social” de que também fazem parte personalidades dos partidos que assinaram o memorando de assistência financeira, acrescentou o porta-voz do BE/Aveiro.
Nelson Peralta admite que o actual mapa das 14 freguesias do concelho sofra ajustes, “desde que as populações sejam ouvidas”. “É a única maneira de a reforma ser aceite”, garantiu.
O dirigente repudia que a reforma seja feita “de cima para baixo”, discordando que a reorganização administrativa tenha de ser imposta pela tutela. “Pode haver quem considere vantajoso agregar a sua freguesia para ganhar escala”, afirmou.
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