O líder concelhio do PS, Eduardo Feio, denunciou ontem a “desconsideração permanente” com que a actual maioria que governa a autarquia “lida com o direito da oposição e dos aveirenses a serem cabalmente informados sobre todos os processos desenvolvidos pela Câmara”.
Na última reunião do executivo, os vereadores socialistas questionaram os eleitos da coligação PSD/CDS sobre alguns assuntos da actualidade municipal. A “inexistência de esclarecimento” por parte da equipa dirigida por Élio Maia causou “perplexidade” aos autarcas do PS. “A maioria responde apenas ao que lhe interessa e não a todas as questões colocadas, evidenciando uma enorme falta de cultura democrática”, acusou ontem Eduardo Feio. Este comportamento, avalia o ex-vice-presidente da edilidade, “compromete a democracia local e o desenvolvimento de Aveiro”.
Face à falta de respostas, os vereadores do principal partido da oposição irão requer uma “informação por escrito, nos termos da lei”, de maneira a que as questões colocadas fiquem “completamente esclarecidas”.
Na última reunião da vereação, os representantes socialistas quiseram conhecer o “ponto de situação” da construção da ponte sobre o canal central, mas “nada foi respondido”. O presidente do PS/Aveiro reafirma a sua “oposição à obra” e a “necessidade de se aguardar pela conclusão dos processos administrativos a decorrer”. Pretende, contudo, ser esclarecido “se a obra realmente se encontra em execução ou suspensa” e ter acesso a “toda a troca de correspondência ente a Câmara e o projectista e entre a Câmara e o empreiteiro”. O PS tenciona ainda “obter informação sobre a existência de qualquer processo de erros e omissões na obra” e sobre “eventuais desvios na programação dos trabalhos adjudicados”.
Os socialistas interpelaram ainda a maioria chefiada por Élio Maia acerca da queixa apresentada pela autarquia à Comissão Europeia contra o Estado português devido à introdução de portagens nas ex-SCUT. O PS lembra que o município obteve uma resposta “em Janeiro de 2011” mas apenas se pronunciou sobre ela em comunicado “um ano depois”. “Sobre a questão o presidente nada disse”, assinalou Eduardo Feio. Élio Maia “igualmente nada disse” sobre as promessas ainda não concretizadas feitas pelos partidos que suportam o executivo camarário de abolir os pórticos de cobrança de portagem na área urbana da cidade, finalizou.
Contactada pelo Diário de Aveiro, a Câmara não se quis pronunciar.
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