Mais de seis dezenas de pombos transformaram a vida de Esmeralda Silva, residente no centro da cidade de Anadia, num inferno.
Na última reunião de Câmara, realizada a 28 de março, a professora aposentada (viúva do ex-presidente de Câmara, Adelino Ferreira da Silva, recentemente falecido), exigiu, pela terceira vez, à Câmara Municipal de Anadia, uma rápida solução para as dezenas de pombos que fizeram da sua residência local para procriar.
Os pombos, avançou Esmeralda Silva, vieram do velho cineteatro São Jorge, demolido pela Câmara Municipal e transformaram a sua vida num calvário.
“Depois da demolição do cineteatro, os pombos começaram a alojar-se em minha casa, por ser a casa mais próxima do cineteatro, mas também porque a sua arquitetura é propícia a isso”, dando conta de que nos últimos anos tem vivido num inferno devido à porcaria e incómodos provocados pelas dezenas de aves. Para além de procriarem ali, e do muito barulho que fazem, Esmeralda Silva não pode dar-se ao luxo de ter uma janela ou porta abertas, assim como diariamente está a braços com as soleiras de portas, parapeitos de janelas e sótão completamente sujos pelos dejetos das aves.
Embora tenha já, mais do que uma vez, solicitado resolução junto da Câmara, veio agora, uma vez mais, pedir que sejam tomadas medidas pela autarquia. Em causa diz estar “uma situação de saúde pública”, mas também a sua própria saúde .
“O jardim, o alpendre, os espaços abertos, soleiras de portas e parapeitos de janela têm que ser limpos diariamente. Dejetos e penas sujam tudo à volta, para já não falar no estado em que se encontra o sótão de minha casa. Nem tenho coragem de lá entrar”, lamentou-se.
“Isto não pode continuar e até tenho vergonha de receber pessoas lá em casa, pois está sempre tudo sujo”, diz, dando conta de que teve de mandar colocar uma rede na chaminé da habitação porque as aves entravam dentro de casa, chegando a partir peças de elevado valor.
Solidário com a moradora, Litério Marques reconheceu a existência de um grave problema pelo que prometeu “ir até ao fim da questão” e saber junto dos serviços de veterinária da autarquia a melhor forma de resolver o problema, se através da captura ou do abate das aves.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt
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