O deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda (BE), interpelou ontem o Ministério da Economia e do Emprego devido aos “salários em atraso” na MoveAveiro, empresa municipal de mobilidade.
“Começa a ser recorrente que a MoveAveiro atrase o pagamento dos salários aos seus trabalhadores”, acusa o bloquista eleito pelo distrito de Aveiro.
O parlamentar refere que, segundo o acordo de empresa, a transportadora municipal “é obrigada ao pagamento dos salários, em regra, no dia 20 de cada mês”. No entanto, “este prazo tem sido constantemente desrespeitado”, o que voltou a acontecer em Março, cujas remunerações ainda não foram pagas.
“Muitos dos trabalhadores têm compromissos a que têm de responder, em datas fixas, pelo que estes atrasos nos pagamentos podem ter impactos muito negativos nas suas vidas”, adverte Pedro Filipe Soares.
O deputado lembra que o Ministério da Economia e do Emprego está a par da “situação de atraso recorrente no pagamento de salários” uma vez que o BE fez anteriormente uma denúncia do caso. “Contudo, não parece ter existido qualquer alteração por parte da empresa, ao contrário do que seria expectável”, acrescenta, apelando a que as “entidades competentes” “instem a MoveAveiro a cumprir com as suas obrigações”.
Na sua interpelação, o representante do BE questiona o Ministério de Álvaro Santos Pereira sobre “que responsabilidades irá o Governo assacar à administração da empresa”, que emprega cerca de 150 funcionários.
Nos últimos meses, por várias vezes os trabalhadores se têm queixado dos atrasos no pagamento dos seus vencimentos e organizaram iniciativas de protesto, designadamente greves.
O eleito bloquista observa, por outro lado, que a tutela “avisou a empresa” relativamente à “violação das necessidades de higiene nas rendições dos motoristas”. “Contudo, segundo informação recolhida pelo BE, não existiram quaisquer alterações nesta matéria, incumprindo a empresa com o compromisso que terá assumido. Esta realidade deve merecer a condenação das entidades públicas e uma firme exigência de que as recomendações sejam cumpridas”, assinala.
Para Pedro Filipe Soares, “é notório que a administração da MoveAveiro não só não cumpre os seus compromissos que estabeleceu com os trabalhadores, como é laxista, não dando condições de higiene aos motoristas”.
O Diário de Aveiro procurou ouvir a autarquia, mas sem sucesso.
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