O Ex-Ministro de Sócrates, Mário Lino, vai ser chamado a testemunhar no caso Face Oculta. A informação é avançada pelo portal Noticias de Aveiro.
O Ex-ministro das Obras Públicas vai a Aveiro explicar supostas influências a favor de Manuel Godinho a que o presidente da REFER, Luís Pardal resistiu apoiado por Secretária de Estado.
O tribunal de Aveiro que está a julgar o processo de corrupção Face Oculta agendou para 11 de abril, na segunda audiência após as férias judiciais da Páscoa, os interrogatórios de Mário Lino, ex-ministro no anterior Governo do PS, e Luís Pardal, atual presidente da REFER, enquanto testemunhas arroladas pela acusação.
As atenções vão voltar, nessa altura, a ser centradas nas alegadas influências movidas por Manuel Godinho, enquanto cabeça de uma suposta “rede tentacular”, para tentar resolver diferendos que mantinha com a ferroviária, ao ponto de ficar praticamente sem trabalho junto daquela que tinha sido uma das suas principais clientes.
Nesse sentido, é convicção do Ministério Público (MP) que o empresário de Ovar do ramo das sucatas contou com apoio do ex-ministro Armando Vara e do gestor Lopes Barreira, ambos arguidos por tráfico de influência, que “promoveram contactos” com Mário Lino.
Em março de 2006, de acordo com a acusação, o antigo ministro das Obras Públicas “interpelou” a então Secretaria de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, que tinha a tutela directa da REFER, fazendo sentir que Armando Vara e Lopes Barreira eram indivíduos “muito importantes no PS” e estavam “muito preocupados com o comportamento inflexível” do presidente da REFER. Luís Pardal “estava a perseguir”, inclusivamente pela via judicial, a O2, “empresa amiga do PS”, e um funcionário da área da logística no Entrocamento, João Valente, arguido no processo, “por ter boas relações” com Manuel Godinho.
A ex-governante socialista repudiou, de pronto, qualquer abordagem sobre o assunto, refere o MP. Já Luís Pardal, mantinha orientações na REFER para não aceitar um acordo extrajudicial no caso do levantamento de carris na linha do Tua, apertar a fiscalização de outras empresas controladas pelo principal arguido e vigilância de funcionários da ferroviária com os quais estaria conotado.
Aquando da instrução do processo, Ana Paula Vitorino confirma no seu depoimento escrito as pressões, mas Mário Lino nega e considera tais afirmações “injuriosas”.
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